ATA DA CENTÉSIMA DÉCIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA
PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM
07-12-2009.
Aos sete dias do mês de dezembro do ano de dois mil
e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Carlos Todeschini, Dr.
Raul, Ervino Besson, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Maria Celeste, Mauro
Zacher, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol,
Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Toni Proença, Constatada a existência de
quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a
Sessão, compareceram os vereadores Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino
Vendruscolo, Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Engenheiro
Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, João Pancinha, Luciano
Marcantônio, Luiz Braz, Marcello
Chiodo, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Tarciso Flecha
Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: pelo
vereador Aldacir José Oliboni, os Projetos de Lei do Legislativo nos
160 e 236/09 (Processos nos 3566 e 5275/09, respectivamente); pelo
vereador DJ Cassiá, o Projeto de Lei do Legislativo nº 231/09 (Processo nº
5187/09); pelo vereador Ervino Besson, o Projeto de Lei do Legislativo nº
247/09 (Processo nº 5637/09). Também, foi apregoado o Ofício nº 918/09, do senhor
Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo
nº 047/09 (Processo nº 5806/09). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos
012/09, do Fundo Nacional de Assistência Social do Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome; 3837/09, da senhora Fernanda Almeida Cappelini,
Supervisora de Produtos de Repasse da Caixa Econômica Federal – CEF. Durante a Sessão,
deixou de ser votada a Ata da Décima Sexta Sessão Solene. A seguir, o senhor Presidente registrou a presença,
neste Plenário, da senhora Clênia Maranhão, Secretária Municipal de Coordenação
Política e Governança Local, convidando Sua Senhoria a integrar a Mesa dos
trabalhos. Em continuidade, o senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca
dos trabalhos deste Legislativo durante esta semana, tendo-se manifestado a
respeito o vereador Pedro Ruas. Após, o senhor Presidente concedeu a palavra, em
TRIBUNA POPULAR, aos senhores Philip de Lacy White e João Augusto Volino
Corrêa, respectivamente Coordenador do Movimento Cidade Baixa Vive e Presidente
da Associação dos Moradores e Amigos da Auxiliadora – AMA –, que discorreram
sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre. Em
prosseguimento, o senhor Presidente concedeu a palavra à vereadora Sofia
Cavedon, que, em nome da Casa, manifestou-se acerca dos pronunciamentos
efetuados pelos senhores Philip de Lacy White e João Augusto Volino Corrêa. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Reginaldo Pujol e Pedro
Ruas. Também, nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores Valter
Nagelstein, Mauro Zacher, Luiz Braz e João Antonio Dib e a vereadora Sofia
Cavedon manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Na
oportunidade, em face de Questões de Ordem e manifestações formuladas pelos
vereadores Sofia Cavedon, Pedro Ruas, Valter Nagelstein, Reginaldo Pujol e
Maria Celeste, o senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da concessão
da palavra para pronunciamento dos senhores vereadores durante o período de
Tribuna Popular. Ainda, o senhor Presidente registrou as presenças, neste Plenário,
dos senhores Idenir Cecchim, Sérgio Zimmermann e Isac Szajman, respectivamente
Secretário Municipal da Produção,
Indústria e Comércio, Diretor do Departamento
de Esgotos Pluviais e Superintendente
Administrativo-Financeiro do Departamento
Municipal de Água e Esgotos – DMAE. Os trabalhos estiveram
suspensos das quatorze horas e cinquenta e três minutos às quatorze horas e
cinquenta e quatro minutos e das quinze horas e cinco minutos às quinze horas e
oito minutos, nos termos regimentais. A seguir, o senhor Presidente registrou
as presenças dos senhores Flávio Ferreira Presser e Valdir Flores,
respectivamente Diretor-Geral e Coordenador do Projeto Integrado Socioambiental
do DMAE, convidando-os a integrarem a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra
ao senhor Flávio Ferreira Presser, que discorreu sobre as atividades
desenvolvidas pelo DMAE, atinentes ao Projeto Integrado Socioambiental de Porto
Alegre. Em prosseguimento, o senhor Presidente concedeu a palavra aos
vereadores Reginaldo Pujol, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, Fernanda
Melchionna, Luiz Braz, Sofia Cavedon, Aldacir José Oliboni, Mario Manfro,
Carlos Todeschini, Dr. Thiago Duarte, Valter Nagelstein, Mauro Zacher, Pedro
Ruas, Maria Celeste, Toni Proença, Paulinho Ruben Berta, João Antonio Dib, Luciano
Marcantônio, João Pancinha, Beto Moesch, Nilo Santos, Mauro Pinheiro, Dr. Raul,
Haroldo de Souza, Airto Ferronato e Adeli Sell, que se manifestaram e formularam
questionamentos acerca do assunto abordado pelo senhor Flávio Ferreira Presser.
Na oportunidade, a vereadora Maria Celeste e o vereador Pedro Ruas procederam à
entrega, ao senhor Presidente, de cópia de documento encaminhado por Suas
Excelências ao Ministério Público de Contas, solicitando análise de questões
relativas ao Projeto Integrado Socioambiental de Porto Alegre, tendo-se
manifestado a respeito os vereadores Valter Nagelstein e Pedro Ruas e a
vereadora Maria Celeste. Também, a vereadora Fernanda Melchionna manifestou-se
acerca do pronunciamento formulado por Sua Excelência acerca do Projeto Integrado
Socioambiental. Ainda, o senhor Presidente registrou as presenças, neste Plenário,
do senhor Clóvis Magalhães, Secretário Municipal
de Gestão e Acompanhamento Estratégico, e do suplente de Vereador Paulo
Marques. Em prosseguimento, o senhor Presidente concedeu a palavra ao senhor
Flávio Ferreira Presser, para considerações finais e resposta aos
questionamentos formulados pelos senhores vereadores. Em continuidade, a
vereadora Maria Celeste procedeu à entrega, ao senhor Presidente, de Requerimento
de autoria das vereadoras Maria Celeste e Sofia Cavedon e do vereador Engenheiro
Comassetto, solicitando o comparecimento, nesta Casa, da Deputada Estadual
Stela Farias, tendo o senhor Presidente determinado a autuação dessa proposição
e tendo-se manifestado a respeito o vereador Valter Nagelstein. Às dezoito horas,
os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezoito horas
e três minutos, constatada a existência de quórum. Na ocasião, o senhor Presidente
registrou o transcurso, hoje, do aniversário do senhor Luiz Afonso de Melo
Peres, Diretor Legislativo desta Casa. A seguir, constatada a existência de
quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador
Sebastião Melo, solicitando alteração na ordem dos trabalhos, iniciando-se a
ORDEM DO DIA. Na oportunidade, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador
Mauro Zacher, deferido pelo senhor Presidente, solicitando autorização para
representar externamente este Legislativo, no dia nove de dezembro do corrente,
na palestra “Violência Escolar”, na Regional Vale do Rio Pardo/ACONTURS do
Conselho Tutelar, no Município de Encruzilhada do Sul – RS. Após, foi apregoado o Substitutivo nº 01, de
autoria dos vereadores Nelcir Tessaro e Reginaldo Pujol, ao Projeto de Lei do
Executivo nº 023/09 (Processo nº 3544/09). Também, foram apregoadas as seguintes
Emendas: nº 15, de autoria do vereador Mauro Zacher, Líder da Bancada do PDT,
ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/09 (Processo nº 5068/09); nos
01 e 02, de autoria do vereador Valter Nagelstein, Líder do Governo, ao Projeto
de Lei do Executivo nº 039/09 (Processo nº 5292/09); nos 14, de
autoria dos vereadores Elias Vidal, Líder da Bancada do PPS, e Toni Proença, e
15, de autoria dos vereadores Dr. Thiago Duarte e Mauro Zacher, Líder da
Bancada do PDT, ao Projeto de Lei do Executivo nº 018/08 (Processo nº 2086/08);
e nº 16, de autoria da vereadora Maria Celeste, Líder da Bancada do PT, ao
Projeto de Resolução nº 024/09 (Processo nº 3523/09). Em prosseguimento, foram
aprovados os seguintes Requerimentos, solicitando dispensa do envio de Emendas
à apreciação de Comissões Permanentes: de autoria do vereador Mauro Zacher, com
relação à Emenda nº 15, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
007/09, e à Emenda nº 15, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 018/08; de
autoria do vereador Toni Proença, com relação à Emenda nº 14, aposta ao Projeto
de Lei do Executivo nº 018/08; e de autoria do vereador Valter Nagelstein, com
relação às Emendas nos 01 e 02, apostas ao Projeto de Lei do
Executivo nº 039/09. Ainda, foram apregoados os seguintes Requerimentos,
deferidos pelo senhor Presidente, solicitando votação em destaque para Emendas:
de autoria do vereador Toni Proença, com relação à Emenda nº 14, aposta ao
Projeto de Lei do Executivo nº 018/08; de autoria do vereador Paulinho Ruben
Berta, subscrito nos termos do artigo 120, inciso VI, do Regimento, com relação
à Emenda nº 47, aposta ao Projeto de Lei do Executivo n° 034/09; de autoria da
vereadora Fernanda Melchionna, subscrito nos termos do artigo 120, inciso VI,
do Regimento, com relação às Emendas nos 59, 60, 61, 64, 66, 71, 72
e 73, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 034/09; e de autoria do
vereador Waldir Canal, subscrito nos termos do artigo 120, inciso VI, do
Regimento, com relação à Emenda nº 46, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº
034/09. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de
Lei Complementar do Legislativo nº 017/08, considerando-se mantido o Veto Total
oposto, por treze votos SIM, quinze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser
discutido pelos vereadores Aldacir José Oliboni, João Antonio Dib, Valter
Nagelstein e Bernardino Vendruscolo e pelas vereadoras Sofia Cavedon e Fernanda
Melchionna, tendo votado Sim os vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José
Oliboni, Carlos Todeschini, Dr. Thiago Duarte, Fernanda Melchionna, João
Antonio Dib, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Sofia Cavedon, Toni
Proença e Waldir Canal, votado Não os vereadores Alceu Brasinha, Bernardino
Vendruscolo, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel,
João Pancinha, Luciano Marcantônio, Mario Manfro, Marcello Chiodo, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben
Berta, Reginaldo Pujol e Valter Nagelstein e optado pela Abstenção o vereador
Sebastião Melo. Na oportunidade, por solicitação do vereador Aldacir José
Oliboni, foi realizada verificação de quórum, constatando-se a existência do
mesmo. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Resolução nos
045, 046 e 010/09. Em Discussão Geral e Votação, foram apreciados conjuntamente
e aprovados os Projetos de Resolução nos 039/09 e 051/08. Em
Discussão Geral e Votação, foram apreciados o Projeto de Lei do Executivo nº
039/09 e as Emendas nos 01 e 02 apostas, após serem encaminhados à
votação pelos vereadores João Antonio Dib, Bernardino Vendruscolo, Mauro
Zacher, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Waldir Canal, Paulinho Ruben Berta,
Alceu Brasinha, Airto Ferronato, Fernanda Melchionna, Valter Nagelstein, Mario
Manfro, Dr. Raul, Haroldo de Souza e Carlos Todeschini. Foram votadas
conjuntamente e aprovadas as Emendas nos 01 e 02, apostas ao Projeto
de Lei do Executivo nº 039/09. Foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº
039/09, por vinte e sete votos SIM e um voto NÃO, em votação nominal solicitada
pelo vereador João Antonio Dib, tendo votado Sim os vereadores Alceu Brasinha,
Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini,
Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson,
Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, João Pancinha, Maria
Celeste, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo
Santos, Paulinho Ruben Berta, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon,
Toni Proença, Valter Nagelstein e Waldir Canal e Não o vereador João Antonio
Dib. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 174/09, por vinte e sete votos SIM, tendo votado os vereadores
Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo,
Carlos Todeschini, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Engenheiro
Comassetto, Ervino Besson, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, João Antonio
Dib, João Carlos Nedel, João Pancinha, Luciano Marcantônio, Maria Celeste,
Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos,
Paulinho Ruben Berta, Sebastião Melo, Toni Proença, Valter Nagelstein e Waldir
Canal. Às dezoito horas e cinquenta e oito minutos, o senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para Sessão
Extraordinária a ser realizada amanhã, às quinze horas e trinta minutos. Os
trabalhos foram presididos pelo vereador Sebastião Melo e secretariados pelos
vereadores Nelcir Tessaro e João Carlos Nedel. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após aprovada pela Mesa Diretora, nos termos do
artigo 149, parágrafo único, do Regimento, será assinada pela maioria dos seus
integrantes.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registro a
presença da Secretária Municipal de Coordenação Política e Governança Local,
Verª Clênia Maranhão, a quem convido para compor a Mesa.
Senhores, antes de
iniciarmos a Tribuna Popular, gostaria de anunciar o que nós produzimos como
acordo, agora, às 13h30min, sobre a semana de trabalho. Amanhã nós teremos
Sessão Extraordinária a partir das 15h30min; na quarta-feira, teremos Sessão
Extraordinária das 10h às 13h; na quinta-feira, teremos Sessão Extraordinária
das 9h às 12h e, na sexta-feira, Sessão Extraordinária das 9h às 13h. Logo em
seguida os Srs. Vereadores estarão recebendo este comunicado. Quero agradecer e
dividir essa responsabilidade, nós ficamos de fazer outra reunião na
sexta-feira, vamos alternar os Projetos do Executivo com os Projetos dos
Vereadores, enfrentando as votações. Quero agradecer às Bancadas, isso mostra
que a Casa, mais uma vez, está dando uma demonstração de que enfrenta
firmemente a sua agenda legislativa de forma positiva.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, a
Bancada do PSOL não pôde estar presente na reunião, mas recebeu o comunicado da
assessoria de Vossa Excelência. Pelo relato que temos, a Bancada dá pleno
acordo ao que já foi decidido pelas demais Lideranças.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Muito
obrigado, Ver. Pedro Ruas.
Passamos à
TRIBUNA POPULAR
A Tribuna Popular de hoje tratará de assunto relativo ao modelo de verticalização urbana imposto no PDDUA. O tempo regimental de dez minutos será divido entre dois oradores: Sr. João Augusto Volino Corrêa, Presidente da Associação dos Moradores e Amigos da Auxiliadora, e Sr. Philip de Lacy White, Coordenador do Movimento Cidade Baixa Vive.
Convido o Sr. João
Augusto Volino Corrêa para compor a Mesa. A Verª Sofia Cavedon falará em nome
da Casa.
O Sr. Philip de Lacy
White está com a palavra.
O SR. PHILIP DE LACY WHITE: Sou
Coordenador do Movimento Cidade Baixa Vive. Por que esta Tribuna Popular? O que
significa na verdade? Vejo na minha frente pessoas eleitas para governar e
conduzir nossa Cidade. E preciso acreditar que elas fazem isso para o bem
coletivo dos cidadãos. Certamente temos oportunidade de ver e apreciar os
frutos de seus trabalhos. Mas temos uma situação neste momento na qual o bom-senso
e a inteligência estão em perigo de ser esquecidos. Estou falando sobre o novo
Plano Diretor. Gostaria de falar sobre a importância de reconhecer o
significado dos tempos passados, nossa herança cultural e também o desinteresse
e medo que o brasileiro tem do seu passado, mas, como tenho apenas cinco
minutos, preciso deixar esses assuntos para outra ocasião.
Quero solicitar a
inclusão do Estudo de Impacto de Vizinha e mostrar por que deve ser
obrigatoriamente incluído neste Plano Diretor. Sou mais um dos cidadãos
imigrantes que vieram da Europa, Inglaterra. Quero compartilhar com vocês como
uma cidade típica da Inglaterra - neste caso, minha cidade nativa, Guildford,
que tem mais de mil anos de existência - abraça o Estudo de Impacto de
Vizinhança. Participei por dez anos de uma associação que acompanhava qualquer
proposta de mudança e construção na cidade. Era composta, na maioria, por
profissionais aposentados, engenheiros, advogados, arquitetos e outros, que
analisavam os novos planos. Nossa presença na Prefeitura nunca foi considerada
um obstáculo ao progresso ou uma voz de anarquia; pelo contrário, sempre fomos
convidados pela Prefeitura para participar de todas as etapas de qualquer
proposta de mudança na cidade. Por que éramos tão bem-vindos? Porque lá
reconhecem o significado de conciliar com as pessoas diretamente ligadas às
comunidades, cidadãos que vivem o dia a dia de seus bairros, que entendem e
sabem muito bem das necessidades e dos problemas da sua comunidade, de maneira
a melhorar a região para o bem-estar de todos e não apenas de uma minoria.
O que é exatamente um
Estudo de Impacto de Vizinhança? Do que se trata? Do direito à luz, do direito
à qualidade do ar, do direito à privacidade, do direito à segurança, do direito
à mobilidade, do respeito às características particulares da região ou bairro e
do impacto que uma mudança possa ter na qualidade de vida de seus moradores.
Essas considerações refletem a preocupação de não construir cada vez mais alto
e com a pompa de empreendimentos mais audaciosos, que concorrem entre si, mas
preocupados com o bem-estar de todos os indivíduos e com as construções já
existentes que compõem uma cidade. Na Inglaterra, o acesso à luz, à qualidade
do ar, o direito à privacidade e à segurança são direitos de todo o povo, um
direito verdadeiramente democrático. Sem essas garantias, qualquer pessoa de
qualquer classe está vulnerável às interferências que podem desvalorizar o seu
patrimônio ou qualidade de vida. Lembro-me de uma conversa com um gerente de
uma de construção, ele me disse que abraçaria com prazer qualquer Estudo de
Impacto de Vizinhança. Perguntei-lhe o que faria se um edifício de 19 andares
fosse erguido ao lado da sua casa de dois pisos. Sua resposta foi de que ele se
mudaria. Sem o Estudo de Impacto de Vizinhança essa seria a única alternativa -
para quem pode, é claro.
A inclusão do Estudo
de Impacto de Vizinhança é um avanço de Primeiro Mundo que Porto Alegre pode
abraçar para o bem de todos os seus cidadãos. Nossa Cidade poderia ser um
grande exemplo de maturidade e progresso para todo o Brasil. Luz, privacidade,
qualidade do ar, segurança, respeito individual - a escolha é nossa. Obrigado.
(Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Convidamos o
Sr. Philip de Lacy White a fazer parte da Mesa.
O Sr. João Augusto Volino Corrêa, representando a Associação dos
Moradores e Amigos da Auxiliadora, a AMA, está com a palavra, para dar
continuidade ao assunto.
O SR. JOÃO AUGUSTO VOLINO CORRÊA: Boa-tarde,
Presidente, Ver. Sebastião Melo; respeitáveis Vereadoras e Vereadores desta
Casa! Hoje, dia 07 de dezembro de 2009, é um dia especial para a nossa
comunidade e para Porto Alegre. Em 07 de dezembro de 1959 foi oficialmente
registrado pela Prefeitura Municipal da Capital o bairro Auxiliadora, que,
portanto, completa neste dia os seus cinquenta anos. Mas, infelizmente, nesta
data, a comunidade do bairro Auxiliadora não tem motivos para comemoração de
seu aniversário. Infelizmente, estamos vivendo a eminência da construção de um
espigão de 52 metros no interior do Bairro, em local antes destinado à praça
municipal. Tudo isso por conta da ganância da construção civil, da leniência e
- por que não dizer? - e da conivência do Poder Executivo Municipal, quando da
desoneração dos terrenos de nºs 409 a 439, da Rua Germano Petersen
Júnior. Os terrenos se encontravam, até o ano de 2001, onerados e gravados como
reserva para equipamento comunitário de lazer para usufruto público. Trata-se
de uma conquista obtida pela comunidade da Auxiliadora no início de 1970, num
movimento legítimo, através de sua Associação de Moradores e Amigos, a nossa
AMA, que, como hoje, se reunia na Paróquia Auxiliadora, a mesma que emprestou o
seu nome ao Bairro e que recebe as reuniões da AMA sob a benção e carisma do nosso
Pároco, o Padre Máximo.
Essa conquista de
quase 40 anos junto ao Executivo Municipal se deu pela reivindicação de uma
área de lazer no bairro Auxiliadora, que, de acordo com os padrões
urbanísticos, era totalmente carente de área de lazer, não havia sequer uma
praça no raio de 2 Km. Pois essa conquista, no ano em que celebramos
oficialmente 50 anos de existência, foi sequestrada e absolutamente
desmoralizada. Uma conquista que remete ao Decreto Municipal do Prefeito
Guilherme Socias Villela, que tornou aquele terreno situado na Rua Germano
Petersen Júnior objeto de reserva para equipamento de lazer público,
perspectiva muito bem aproveitada pelas promessas das construtoras na época,
que lançaram os seus empreendimentos aos compradores dos apartamentos, anunciando
vista para a praça, com a garantia que a comunidade e a Cidade haviam recebido
da Prefeitura, como é testemunha a nossa Vice-Presidente da AMA, Maria Rosa
Fontebasso, e muitos outros moradores e moradoras. Promessa e garantias
desrespeitadas.
Isso tudo porque, da
década de 80 até o ano 2000, o proprietário, através de inúmeros pedidos e por
intermédio de vários profissionais - arquitetos e engenheiros -, solicitou
permissão para construção comercial no local, no que não obteve êxito.
Sucederam-se outros pedidos para os mais diversos usos comerciais, mas, como
envolviam construções, também não vingaram, pois a área estava reservada. O
processo diz, com grifo do documento: “totalmente vinculada a equipamento
comunitário”, ou seja, lazer público.
Em julho de 2000,
entrou com pedido de desgravame da área o proprietário. Estão juntados a esse
pedido, no processo, inúmeros despachos de técnicos, engenheiros
e arquitetos da SMOV, indeferindo a liberação ou desoneração da área para
quaisquer atividades. Um dos despachos solicita informação sobre a
possibilidade de se fazer a transferência de gravame, o que é respondido
negativamente por não haver área disponível para tal. Mas, em fevereiro de
2001, novamente o proprietário insiste através de outros pedidos. Logo, no
decorrer do processo, vê-se um despacho enviando o processo para a reunião do
Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiental para substituir o
gravame dessa área por outra: um próprio da Prefeitura defronte a essa área e
que se destinava à construção de uma escola municipal. O processo conclui com a
reunião do Conselho em 10 de setembro de 2001, aprovando o desgravame da área,
liberando-a para o proprietário. O curioso é que na ata da reunião do Conselho
não se reconhece uma só assinatura, muito menos a identificação dos membros.
Resumindo, uma área da própria Rua Germano Petersen Júnior, em frente ao
terreno, destinada a uma escola municipal, com um terço do tamanho da área
destinada à praça, teve permutado seu gravame de terreno, o que liberou a venda
à empreiteira para construção de enorme espigão no bairro Auxiliadora.
Os questionamentos que causam a indignação na
comunidade do bairro Auxiliadora são: a Prefeitura Municipal de Porto Alegre
não tinha a obrigação de resguardar o princípio da publicidade junto à
comunidade para informar o desgravamento da área? A Prefeitura Municipal de
Porto Alegre não deveria ter convocado uma audiência pública para saber se a
comunidade, no lugar de uma praça municipal, preferia um espigão de 19 andares? Infelizmente, a revisão do PDDUA de
Porto Alegre serviu à aprovação de uma série de emendas que atendem aos
interesses da construção civil. Uma delas é o aumento da altura dos prédios,
principalmente no interior dos bairros, pois o expediente do Solo Criado - que
implica a compra de índices construtivos - garante mais andares além do limite
estipulado pelo PDDUA.
Para encerrar, Sr. Presidente: queremos questionar
essa situação junto à Câmara, queremos manter a altura de 9, 6 e 11 andares,
pois, em uma década, podemos chegar a 16, 19 e 22 andares no interior do
bairro, implica uma agressão paisagística à identidade histórica das nossas
ruas e quadras, para ficar na memória presente e das futuras gerações. Queremos
a garantia do Estatuto das Cidades e exigir o Estudo de Impacto de Vizinhança
em relação a esse espigão, pois seus impactos serão negativos e perversos
demais! Um antigo ditado dizia: “Em casa que entra sol, médico não entra”.
Chamamos a sensibilidade dos Vereadores e Vereadoras desta Casa, pois não é
possível assistirem, insensíveis, a essa situação. Afinal, o que vale mais a
pena, além da família, do que a defesa do nosso espaço de convívio e
sociabilidade, justamente em nome da qualidade de vida das nossas famílias?
Mesmo que a comunidade do bairro Auxiliadora esteja mexendo com “interesses
poderosos”, qual interesse pode ser mais poderoso do que os interesses de uma
comunidade inteira? Mais uma vez insisto: contamos com o apoio da Câmara
Municipal em nosso pleito comunitário! Muito obrigado pela atenção. Boa-tarde a
todos! (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Sofia Cavedon
está com a palavra e falará pela Casa.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; prezados
Philip e João, peço licença aos Vereadores para fazer uma fala - mesmo sendo um
tempo que, com muita honra, ocupo pela Casa, porque o modelo aqui era outro -
com um tom um pouco mais das minhas convicções, e, nos apartes, pode-se ter o
contraditório.
Quero aqui dizer que estamos diante, para orgulho
de Porto Alegre, de dois líderes do movimento comunitário dos bairros de Porto
Alegre; são duas histórias que nasceram da rebelião, da indignação dos
vizinhos. Conheço o nascimento destes dois líderes aqui, por enxergarem
situações com as quais não tinham conformidade e nem acordo: exatamente, por
situações relacionadas à construção civil, aos empreendimentos, porque a cidade
de Porto Alegre ainda não tem mecanismos suficientes para mediar os direitos
dos moradores e o direito de construir. Essa discussão nós fizemos
exaustivamente durante a discussão do Plano Diretor, há um ano que a gente faz
esse debate. De fato, nós, na minha avaliação, avançamos escrevendo o conceito
do Estudo de Impacto de Vizinhança no Plano Diretor. Ele está ali previsto,
está escrito. Só que ainda está restrito aos grandes empreendimentos, e eles
impactam, sim, a Cidade, mas os pequenos empreendimentos, dentro do Plano
Diretor, têm impactado muitíssimo, e os moradores não têm instrumentos para fazer
valer a sua vontade, o seu direito à paisagem, ao sol, à dignidade do
deslocamento, à ventilação, às características do bairro que escolheram e
construíram.
Nós vimos aqui reconhecer que a demanda que vocês
trazem é justa, que a demanda que vocês trazem é uma demanda não desses dois
bairros, desse grupo de moradores, é do conjunto da Cidade, e que esta Casa tem
uma grande tarefa, a de regulamentar o Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança.
Temos que regulamentar o instrumento onde de fato se verifique o impacto, temos
que analisar se, de acordo com as regras do Plano Diretor, a presença do
empreendimento não retira direitos dos vizinhos. Não é bom para a Cidade, não é
bom para a Cidade que uns tenham mais direito que outros ao sol; que uns tenham
mais direito à liberdade do que outros, que o empreendimento e o
desenvolvimento descaracterizem a nossa história, a nossa memória, o nosso
patrimônio; que a gente perca identidade e qualidade de vida em nome de um
suposto desenvolvimento econômico. Não é bom para cidade!
Nós não temos dimensão das decisões que tomamos no
Plano Diretor. O Plano Diretor ainda será analisado pela Prefeitura, para ser
homologado ou não. Um espaço de diálogo com o Prefeito deve ser aberto pela
sociedade civil. E nós, na Casa, estamos a desafiar. Há um Projeto de Lei de
minha autoria que está tramitando - não é porque é de minha autoria, mas o
Governo poderia e deveria apresentá-lo - no sentido de que o Impacto de
Vizinhança seja regulamentado. Nós devemos isso aos moradores da cidade de
Porto Alegre. O Plano Diretor, como aqui o João colocou, liberou o aumento de
altura na compra de índice; liberou mais compra de índice diretamente da
Prefeitura. O Plano Diretor liberou mudança de atividade, sem voltar para esta
Casa. Isso pode trazer consequências muito mais graves das que nós estamos
vivendo. Temos a responsabilidade, como representantes da população, de
garantir instrumentos; que a população não se sinta impotente diante do seu
Governo, impotente diante da sua representação, impotente diante de leis que
são imexíveis. E um desses instrumentos é o Estudo Prévio de Impacto de
Vizinhança, mas há outros, há outros possíveis de serem construídos.
Fica o desafio. E o nosso desafio, traduzido numa
Emenda que não conseguimos garantir, é que o Fórum de Entidades seja um
instrumento vivo, um elemento vivo nesta Casa, que traga o diálogo da sociedade
conosco.
A Srª Fernanda
Melchionna: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Primeiro, eu queria
fazer uma saudação aos nossos dois representantes da sociedade civil
organizada, ao Philip e ao João, que são dois grandes lutadores. Concordo sobre
a caracterização de que o Plano Diretor da cidade de Porto Alegre, que saiu
desta Câmara, na verdade atende aos anseios da construção civil e, lamentavelmente,
não da qualidade de vida dos porto-alegrenses. Queria adendar ao seu
pronunciamento, Verª Sofia, quando V. Exª falava do Estudo de Impacto de
Vizinhança, que tem que ser uma luta nossa a aprovação do seu Projeto e também
que a Comissão, que discutirá as Áreas de Interesse Cultural, retorne o
trabalho em tempo de seis meses para esta Casa. Se não houver mobilização, se
não houver pressão social, se não houver organização, nós veremos a redução das
Áreas de Interesse Cultural para mais uma vez ceder à especulação imobiliária.
Então, só para deixar registrada a opinião do PSOL e a necessidade de
organizarmos a luta e defendermos aquilo que é a memória, a cultura, o
patrimônio histórico da nossa querida cidade de Porto Alegre.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Obrigada, Verª Fernanda.
Encerro,
João e Philip, dizendo que nós acreditamos que, diferente de atravancar e
burocratizar, a atividade cidadã de organização comunitária que esta Cidade tem
através do Movimento Porto Alegre Vive é ouro puro para a cidade de Porto
Alegre. Nenhuma cidade pode ter qualidade de vida se os seus moradores
estiverem fragmentados e se não tiverem condições de organização e de
interlocução. Temos que ter condições de os ouvir não apenas quando demandam
audiências públicas, temos que os respeitar e construir instrumentos para que
seus direitos sejam garantidos. Parabéns pela sua luta! Contem conosco para
poder avançar nessa área. Obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores; assomo à tribuna porque entendo que algumas coisas precisam ser
colocadas de forma muito clara nesta Casa, para que um discurso monolítico com
uma versão não acabe se transformando em verdade universal.
Eu quero cumprimentar os líderes comunitários que
aqui se fazem presente. A Tribuna Popular foi instituída na Casa exatamente
para ensejar a manifestação da representação comunitária. E essa manifestação
tem que ser a mais livre possível, que possa encerrar, inclusive, muitas vezes
posições das quais discordamos, mas, evidentemente, é algo que se insere dentro
do contexto da democracia, de que as Tribunas Populares são exercidas para quem
tem possibilidade concreta de colocar posições, as quais, eventualmente, podem
ser as nossas ou não.
Quanto à presença das lideranças comunitárias aqui,
eu tenho somente elogios. Agora, Verª Sofia, nós tínhamos acertado que V. Exª
falaria dois minutos em nome da Casa. Falou muito mais e não falou em nome da
Casa, falou contra a Casa, na medida em que esbravejou contra um Projeto que
acaba de sair da Casa, projeto que, no seu juízo, era muito ruim para a cidade
de Porto Alegre. Juízo equivocado, juízo com o qual nós não concordamos. Acho
que, sob todos os aspectos, oferecemos um bom trabalho para a cidade de Porto
Alegre, Ver. Dib. Eventualmente, em muitas situações, pode até haver decisões
que contrariem as nossas posições, mas nós as respeitamos, porque a Casa aqui
não é monolítica, a Casa aqui é plural, tem diversas posições e diversos
pensamentos. Agora, querer dizer que o Plano que saiu da Casa se trata de um
compromisso nosso com a construção civil é um exagero! Eu posso dele protestar,
na medida em que nunca neguei que sou desenvolvimentista, que defendo a
construção civil como algo necessário numa cidade como a nossa e que não me
senti plenamente gratificado com as decisões que aqui foram tomadas. Eu teria o
direito de estar protestando contra o Plano, mas não estou. Por que, Ver.
Bernardino? Porque acho que a Casa tem decisões que nos confortam e decisões
que não nos confortam. Mas isso não invalida o trabalho aqui feito, e,
evidentemente, Ver. Valter, isso não pode, de maneira nenhuma, obstar a nossa
posição.
O Sr. Valter
Nagelstein: V. Exª permite um aparte?
O SR.
REGINALDO PUJOL: Vossa Excelência não pode me apartear,
infelizmente, Vereador. A minha opositora pôde ter os apartes adequados, que
foram reforços ao seu pronunciamento. Mas, perceba, Ver. Valter, que eu estou
falando numa posição muito clara. Aliás, relativamente à maior reclamação
trazida pela liderança comunitária, eu posso dizer que há controvérsia sobre o
assunto. Não houve a eliminação de uma praça pelo Governo Fogaça, mas a
construção de uma praça naquela rua, uma praça que foi entregue à comunidade no
ano que passou. Pode não ter tido as dimensões que se imaginava que tivesse,
mas a praça foi construída. E sabemos muito bem que isso é uma realidade, é uma
verdade.
Então, respeitando a posição dos líderes
comunitários que aqui nos honram com a sua presença, quero oferecer algum
reparo democraticamente a seus pronunciamentos e, especialmente, a minha
contrariedade, a minha mais absoluta contrariedade à manifestação da colega
Verª Sofia Cavedon, dizendo: retiro a credencial que inicialmente foi dada para
ela falar em meu nome, pois em meu nome não falou. Aliás, jamais, doravante,
posso garantir uma oportunidade de que fale em meu nome pessoa que, com
certeza, não fala por mim e nem por vários outros Vereadores que, só para
ganhar tempo, não vêm à tribuna, mas eu sei que a grande maioria da Casa não
subscreve o pronunciamento de Vossa Excelência.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, apenas para fazer um esclarecimento que fiz no início da
minha fala: eu estava franqueando o aparte ao contraditório, porque neste tema
não havia como fazer uma fala que não tivesse um posicionamento; o
contraditório não apareceu, e eu não considero que estava representando toda a
Casa, com certeza.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Vereadores, vejam o seguinte: em Sessões
anteriores, fruto de uma agenda muito forte de trabalho, estabelecemos que um
Vereador iria se expressar na tribuna - assim fizemos este apelo. Mas entendi
que a fala da Verª Sofia... Então, para ser um radical da democracia, vou
conceder a palavra às Bancadas: se não concordam, façam seus registros. Pensei
que poderíamos construir daquela forma, mas não foi possível, e este Presidente
respeita as diferenças.
O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr. Presidente, com todo o respeito à Verª Sofia Cavedon, quero deixar
consignado que havíamos dado a outorga para que a Vereadora falasse em nome da
Casa, mas somos obrigados a retirar essa outorga, porque não nos sentimos
contemplados; muito antes pelo contrário, fomos atacados pela fala da
Vereadora. Quero deixar muito claro e transparente que na nossa visão, na visão
da Liderança de Governo e de toda a sua base, temos avanços, sim, no atual
Plano Diretor, e eles são muito significativos. São avanços proporcionados por
esta Câmara de Vereadores, pela maioria dos Vereadores desta Casa, avanços como
na área verde e permeável de 20%, avanços no espaçamento dos prédios, avanços
na altura dos edifícios no interior dos bairros, avanços em uma série de
instrumentos, inclusive com a criação de um Instituto de Planejamento, que foi
ideia de V. Exª, Sr. Presidente, abraçada pelo coletivo de todos os Vereadores,
que compreendem, sim, que essa é uma conquista muito importante. Portanto,
queremos, na verdade, não jogar pedras contra o Plano Diretor, que acabamos de
aprovar, mas, sim, reconhecer que foi fruto do esforço coletivo desta Casa,
resultado da mediação de diversos segmentos e vertentes que têm voz neste
Parlamento Municipal. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PEDRO
RUAS: Para um esclarecimento, Presidente. Eu não sei em que tempo falou S. Exª
o Ver. Nagelstein, se foi em Requerimento, se foi uma intervenção...
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: O senhor não prestou a atenção quando o Presidente falou que ia abrir
dois minutos para a fala de cada um, desculpe-me.
O SR. PEDRO
RUAS: Eu prestei atenção, Vereador; eu prestei atenção, eu prestei atenção! Só
que não me conformei, é isso, porque o Ver. Pujol falou em tempo de Liderança,
de Liderança! Então, como é que vem o Ver. Valter falar num tempo de dois
minutos? Essa intervenção deveria ocorrer em aparte à Verª Sofia Cavedon, o que
ela franqueou, mas não em tempo posterior, em Liderança, que o Ver. Pujol usou.
Essa é a questão. Assim eu entendi e não me conformei, continuo inconformado.
Acho que nós temos que ter outra forma, havia uma deliberação, um acordo, o
aparte era franqueado, mas não foi feito no tempo oportuno, foi feito de forma
intempestiva depois! Temos que ver isso! Vamos pedir Liderança do PSOL, então.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Eu não quero polemizar mais ainda, Vereador, mas
tanto eu como a Verª Sofia Cavedon falamos em Liderança, não há outra forma,
ou, então, Tempo Especial, deferido pela Mesa. Em nenhuma das hipóteses, o
aparte é permitido. Eu apenas acentuo que, quando fui oferecer aparte, foi
corretamente negada a minha possibilidade, mas anteriormente foi algo que tinha
sido ensejado pela Verª Sofia Cavedon, que falou muito mais do que cinco
minutos, cá para nós!
A SRA. MARIA
CELESTE: Só para reiterar, a Verª Sofia Cavedon não falou em Liderança, falou
num tempo disponibilizado pela Casa, em que poderiam ser realizadas as comunicações
em aparte por todas as Bancadas, coisa que só a Verª Fernanda utilizou.
Portanto, penso que seria importante disponibilizar os dois minutos por Bancada
para intervenção dos demais Vereadores, se assim o desejarem.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Verª Maria Celeste e demais Vereadores, eu fiz um
apelo, nós não fizemos isso pela primeira vez. Nas últimas semanas, em vários
momentos, eu designei Vereadores para falar. Mas hoje houve uma contestação. O
Ver. Valter já registrou a sua posição, Ver. Pedro Ruas; então, se alguma outra
Bancada quiser fazer o registro, eu vou permitir, para que não fique... Se
quiser fazer o registro, faça o registro. O Ver. Luiz Braz mesmo veio aqui...
Eu vou conceder, porque tentei acertar e vi que não foi possível. Então, peço
perdão aos senhores, mas foi com a tentativa de contribuir que fiz esse apelo
para a Vereadora falar.
O SR. PEDRO
RUAS: Por amor à verdade, Excelência, a Verª Fernanda já usou os dois
minutos; eu pedi para falar em Comunicação de Líder, como fez o Ver. Pujol.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Mauro Zacher está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O SR. MAURO
ZACHER: Sr. Presidente, apesar do acordo de nós não nos manifestarmos, mas, com
a repercussão das posições, eu me faço presente em respeito aos nossos
convidados; eu conheço o João de algum tempo, a sua liderança, a sua militância
no bairro Auxiliadora.
Eu quero lhe dizer, João, que nós todos aqui temos a compreensão de que não avançamos da maneira
que gostaríamos nesta revisão do Plano Diretor. Agora, as suas colocações
foram, talvez, um pouco pesadas, porque tivemos avanços significativos. Dizer
que acompanhamos aqui a pretensão de algum setor da construção é uma injustiça.
Eu fui Relator do Plano Diretor, sei que, em todo o momento, o Fórum de
Entidades teve acesso, apresentou Emendas, teve ampla participação. Este Plano
Diretor traz avanços no controle social. Uma das propostas executivas foi em
relação às Áreas Livres Permeáveis, um avanço que trouxemos ao Plano Diretor,
bem como a redução da altura dos prédios em vários bairros. Enfim, seria uma
injustiça, eu coloco isso aqui.
E tenho liberdade
para dizer isto, João: nada aqui foi pautado por interesses laterais de algum
setor. Não! Quero dizer, pela Bancada do PDT, que aqui discutimos horas, foram
meses de trabalho, temos consciência de que não conseguimos avançar em todos os
pontos que gostaríamos, mas avançamos. Eu posso dizer, com a maior
tranquilidade, que ficaram para serem discutidos, com mais profundidade, alguns
pontos, a exemplo das Áreas de Interesse Cultural e das Áreas Livres Vegetadas,
porque não se chegou a um consenso nem com a proposta do Executivo, nem com as
Emendas que surgiram em Plenário. Então, faço essa consideração, porque foram
meses de trabalho, e a sociedade teve plena participação na revisão do Plano
Diretor. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente,
cumprimento as lideranças que estão aqui, a Verª Clênia, o Plenário, todos
aqueles que estão presentes. Quero dizer que é uma injustiça dizer que não
fizemos nenhum avanço quando votamos aqui a revisão do Plano Diretor. Quando se
fala, por exemplo, que a qualidade de vida foi afetada, quero lembrar que, em
se tratando de qualidade de vida, o afastamento, que foi tratado agora nesta
revisão, é bem melhor que o afastamento que existe hoje na 434. Nós temos na
434 uma possibilidade de apenas 18% e criamos a possibilidade de 20%, até de
25%. Então, falar em qualidade de vida e dizer que a proposta não trouxe
avanços não é verdade. Quando jogamos todas as Áreas
de Interesse Cultural para uma Comissão paritária discutir, contando com a
participação da Prefeitura Municipal e das suas Secretarias especializadas,
como também dos representantes da sociedade civil, a fim de termos um melhor
entendimento daquilo que vai se transformar em Áreas de Interesse Cultural...
Ora, não está sendo avanço colocarmos o Governo diretamente com a sociedade
civil para discutir o futuro das Áreas de Interesse Cultural? E quando nós
dizemos, por exemplo, que os gravames não serão mais perenes, que nós vamos os
ter agora por determinado tempo, porque o Governo vai ter que se manifestar com
relação a eles em cinco ou dez anos? Então, houve vários avanços! É claro que
nenhuma Bancada aqui, nenhum setor ganhou tudo aquilo que queria ganhar em
termos das emendas que foram votadas. Agora, porque perdeu em alguma coisa,
dizer que nós não conseguimos avançar, aí, realmente, é ser contrário à
democracia. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, meu caro João Augusto Volino, Sr.
Philip de Lacy White, eu quero dizer, Sr. Presidente, que, quando o Vereador
fala pela Casa, ele não pode expressar a sua opinião, ele tem que expressar a
opinião da Casa. E eu entendo que não fui representado pela minha querida amiga
Verª Sofia Cavedon. Por outro lado, quero dizer também que o melhor Plano
Diretor que esta Cidade teve foi o da Administração Villela, e eu tenho orgulho
em dizer que ajudei a fazê-lo. Eu já tenho cópias do pronunciamento do nosso
amigo João Volino, eu vou levantar esses dados, mas para mim nunca foi área de
praça, honestamente; estava do outro lado da área da escola que agora é praça.
Eu vou levantar todos os dados, depois vou entrar em contado com o amigo.
Agora, se era área de praça e deixou de ser, foi na Administração do Partido da
Verª Sofia Cavedon, e não na Administração atual. Então, de qualquer forma,
pode ter certeza o amigo que eu, morador do Auxiliadora, que passo todos os
dias pela Rua Germano Petersen, vou fazer um levantamento completo de tudo que
aí está, inclusive tentar ver as assinaturas que estão ilegíveis. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Saúdo o
Secretário Idenir Cecchim; o Sérgio Zimmermann, Diretor-Geral do DEP; também o
Dr. Isac, Diretor do DMAE. Vossas Senhorias estão convidados a adentrar o
plenário, podem tomar assento.
Peço silêncio ao
Plenário.
O Ver. Pedro Ruas
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO RUAS: Ver. Sebastião Melo,
que preside a Casa e esta Sessão; Sr. João, Sr. Philip; querida e sempre
Vereadora, Clênia Maranhão, sempre tenho muito orgulho de dizer que fomos
colegas e trabalhamos juntos nesta Casa; Vereadoras, Vereadores, Secretários,
público que nos assiste. O primeiro esclarecimento, Ver. João Dib, é que falo
pelo PSOL e não pela Casa. Nós temos uma convicção e respeitamos as demais, é a
linha que a Verª Fernanda Melchionna adota, é a linha que eu adoto, respeitamos
todas as posições, jamais abrimos mão da nossa posição, mas respeitamos. No
caso específico do Plano Diretor, é inegável que houve um esforço, é inegável
que houve, em muitos momentos, uma participação de setores de fora da Câmara,
eles colaboraram de forma intensa, mas também não podemos tapar o sol com a
peneira: há pontos em que nós poderíamos ter avançado e não o fizemos.
É o caso específico -
e aqui a coincidência que nos traz à tribuna - do Impacto de Vizinhança,
levantado pelo Sr. Philip, assunto da maior relevância, e esse modelo
internacional esteve a nosso alcance, mas nós não o utilizamos, também com
relação a essa questão do bairro Auxiliadora. Eu digo, Ver. João Dib, que não é
o único caso, elogio a disposição de V. Exª de fazer a pesquisa quanto à área
denunciada na tribuna - elogio e quero fazer junto. Mas V. Exª sabe que ali ao
lado, no bairro Moinhos de Vento, há poucos anos houve uma situação semelhante,
quando da abertura daquela rua, no prosseguimento da Rua Eudoro Berlink. Houve,
de fato, impacto ambiental grave, sério, mas ficou lá, ficou lá! Tanto que foi
necessário fazer a mudança dos animais que ali ficavam, isso ao lado do que
hoje é a Rua Eudoro Berlink, e tivemos concretizada a ação, entre aspas,
urbana, imobiliária, com impacto negativo, ao lado do Auxiliadora. Com relação
ao bairro Auxiliadora, eu não tenho dúvida de que prevaleceu o interesse da especulação imobiliária, mas
trabalharei juntamente com o Ver. João Dib e outros tantos Vereadores que sei
que são interessados no tema. Eu sei qual é a área
a que se refere o Sr. João, sei que o Ver. João Dib vai constatar isso como
interessado e conhecedor da Cidade que é, mas ali ao lado tivemos essa
situação.
Então, o registro que
fazemos, em nome do PSOL - meu e da Verª Fernanda Melchionna -, é que tivemos,
sim, oportunidade de avanço, mas não o utilizamos, perdemos essas
oportunidades. E essa questão do impacto de vizinhança, do ponto de vista até
mesmo simbólico - o sol que nasce para todos, mas apenas alguns o utilizam -,
para nós, meu caro Mário, companheiro do PSOL, faz muita diferença! Nós vimos
acontecer isso em muitos lugares e esperávamos que em Porto Alegre fosse
diferente. Tivemos, em nossas mãos, o Plano Diretor para ser votado, e esse
tema foi pautado, foi debatido, houve tribuna e votação. E a Cidade foi
perdedora. Por isso dou tanta importância ao fato de que, agora, esse tema
retoma as nossas atenções e vem através da tribuna e pela comunidade, Sr.
Philip, e nos traz a oportunidade de revisarmos ações, de vermos novamente que
isso não pode ficar assim na nossa Cidade. É algo que as futuras gerações, com
razão - com razão! -, cobrarão de nós, representantes do povo neste período,
com referência à nossa atuação. Porque não é exatamente o nosso sol - o nosso,
individual -, é o nosso coletivo, deste tempo, que será perdido. As futuras
gerações terão casas em que deverão entrar médicos, porque lá não entrará o
sol. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. SOFIA CAVEDON: Presidente, eu
requeiro os dois minutos do PT para falar, ou os da oposição, porque acho
importante.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Primeiro, para deixar
claro aos nossos visitantes: quando o PT ou o PSOL - falo pelo PT - dizem que,
em várias questões, não gostaram do resultado do Plano Diretor, Ver. Braz, não
é porque perderam uma votação, por óbvio que não! Não somos como alguns times
aí cujas torcidas não sabem perder e quebram tudo. Mas porque nós temos uma
avaliação diversa do que é avanço para a Cidade. Que bom que o contraditório
está colocado aqui! As Áreas de Interesse Cultural, na avaliação do PT - e isso
atinge esses bairros todos, atingem vários espaços da Cidade Baixa, Auxiliadora
-, sofreram um duro golpe, Verª Clênia Maranhão. Nós tivemos uma redução da
proteção das Áreas de Interesse Cultural quando da aprovação do Anexo 3 nesta
Casa. As áreas receberam Regime Urbanístico diferente do que tinham, receberam
a possibilidade de Projeto Especial e de solo criado, foi reduzida a área de
proteção do entorno. Então vai haver, daqui a alguns anos, uma dramática
descaracterização da nossa memória histórica, dos espaços mais característicos
da formação histórica de Porto Alegre. Esse é um dos temas que nós consideramos
que não foi bom, no que se refere à decisão do Plano Diretor.
Encerro, sugerindo,
Sr. Presidente, que nós indiquemos ao Executivo que encaminhe a realização do
Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança tanto da situação trazida aqui pelo João
quanto da situação do espigão da Rua Lima e Silva, porque o Governo poderia ter
feito isso, mas não o fez, poderia ter solicitado o Estudo Prévio de Impacto de
Vizinhança. Tanto uns moradores quanto outros brigaram, pediram ao Ministério
Público, ao Governo, ao Prefeito, ao Secretário Planejamento, e todos foram
surdos! Nada impedia que esse Estudo fosse feito para situações como essa!
Portanto é disso que eu falo. Agora há previsão no Plano - previsão -, mas
também há outro artigo que restringiu aos Projetos Especiais de Impacto de 2º e
3º Grau, ou seja, só aos grandões. E nós temos problema no cotidiano da nossa
Cidade. Então, eu acho que a Casa pode, nos dois casos específicos, solicitar a
sensibilidade do Sr. Prefeito e o encaminhamento do Estudo Prévio de Impacto de
Vizinhança. Obrigada pela presença. (Palmas.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Bom, nós
queremos agradecer ao Sr. Philip, ao Sr. João Augusto e, de resto, à comunidade
que os acompanha. Apenas, de forma muito rápida, quero dizer o seguinte:
primeiro, esta Casa não fez um novo Plano Diretor - isso é importante deixar
claro para a sociedade -; a Casa revisou um Plano Diretor, e esta revisão está
muito embasada naquilo que o Executivo propôs, e os Vereadores colocaram as suas
Emendas. Reconhecemos que a reavaliação de um Plano Diretor é sempre
inconclusiva, porque a Cidade é muito dinâmica. Mas quero dizer aos senhores
que, de forma muito responsável, no ano passado, por ser um ano eleitoral, este
Parlamento suspendeu a discussão da matéria. Havia condições de votar, mas não
se votou. Em janeiro deste ano, nos primeiros dias, nós voltamos à discussão, e
constitui-se uma nova Comissão. Eu quero reconhecer que, naqueles que fizeram
esse trabalho e pelos debates que tivemos - os Vereadores conhecem muito essa
matéria... Agora, democracia é isto: muitas coisas aqui foram por consenso,
outras foram disputadas. Portanto, é a democracia representativa da Cidade. Os
senhores são muito bem-vindos. Há muitos temas pendentes, é evidente que estão
pendentes; agora, eu quero dizer, em nome da Casa, que a Casa fez o seu papel.
Maiusculamente, eu quero aqui dizer isso, com a responsabilidade que tenho como
Presidente da Casa. Em alguns temas, como a Área de Interesse Cultural, foi
construído um acordo para continuar os trabalhos. Quanto à Área de
Permeabilidade, é a mesma coisa. São dois temas importantes para a Cidade.
Muito obrigado aos senhores. Com certeza, esse debate será permanente.
Suspenso os trabalhos por um minuto e solicito à
nossa assessoria que conduza o Sr. Flávio Presser ao Plenário para a realização
do comparecimento. Muito obrigado.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h53min.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 14h54min): Estão reabertos os trabalhos.
Convido os
Srs. Vereadores a se aproximarem da presidência dos trabalhos para combinarmos
sobre a nossa Sessão de hoje à tarde. Suspendo a Sessão por alguns instantes.
(Suspendem-se os
trabalhos às 15h05min.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 15h08min):
Estão reabertos os trabalhos.
Convidamos o Diretor Flávio
Presser e o Engenheiro Valdir Flores a fazerem parte da Mesa. Solicito aos Srs.
Vereadores que retornem às suas bancadas. (Pausa.) Diretor Presser, em primeiro
lugar, quero lhe dizer que havia uma Tribuna Popular importante para esta Casa
- razão da demora -, com um tema sempre polêmico, que é o Plano Diretor. Por
essa razão, o senhor, que estava aprazado para falar às 14h, não pôde iniciar
seu pronunciamento; então, peço a sua compreensão. Em segundo lugar, quero anunciar
a construção que fizemos com todas as Bancadas. Nós temos um regramento para
comparecimento. Se fôssemos cumprir rigorosamente o Regimento, V. Sa
teria apenas quinze minutos iniciais. Então, construímos a possibilidade de o
senhor usar a palavra por até meia hora no início, porque é um tema de
relevância para a Cidade. Depois, no final, o senhor terá mais dez minutos para
as considerações finais. E vamos conceder também, fruto de um acordo global, a
cada Vereador, querendo usar a palavra, até três minutos para perguntar, para
questionar.
O senhor é muito bem-vindo. Já tinha dito na Sessão de quinta-feira que
a iniciativa de comparecer à Câmara foi do Diretor Flávio Presser, que nos
ligou na quinta-feira dizendo que gostaria de vir à Casa Legislativa, em
respeito ao Poder Legislativo, na medida em que o tema do Socioambiental tinha
tomado proporções... Inclusive, a própria Prefeitura teria ido ao Tribunal de
Contas, e o Diretor Presser disse que gostaria de vir à Casa. O senhor é sempre
bem-vindo.
O Sr. Flávio Presser está com a
palavra.
O SR. FLÁVIO
FERREIRA PRESSER: Muito obrigado, Presidente, caros Vereadores.
Também quero agradecer a presença de alguns colegas de Secretariado do Governo
Fogaça: Idenir
Cecchim, Sérgio Zimermann, Márcio Bins Ely, Clênia Maranhão e Paulo Marques.
Agradeço também a presença dos Superintendentes da Casa, do Engenheiro Valdir
Flores, que vai me dar um suporte, um apoio na parte técnica desta
apresentação, já que coordena o Programa Integrado Socioambiental do
Departamento Municipal de Água e Esgotos. Primeiramente, agradeço esta
oportunidade. Coloquei-me à disposição para aqui comparecer e fazer os
esclarecimentos necessários sobre o andamento das obras dentro deste importante
Programa para a cidade de Porto Alegre, um Programa que teve início no ano de
2000 e que está completando quase que uma década - dez anos. Tivemos a
satisfação de oportunizá-lo, de fazer com que esse financiamento fosse
concedido à cidade de Porto Alegre, tendo, como resultado, um avanço muito
significativo no esgoto tratado da Cidade, pulando dos atuais 27% da população com coleta e tratamento
de esgoto para 80% no final de 2012.
Quero falar da motivação da minha vinda: além de
prestar os esclarecimentos que os senhores julgarem necessários - depois haverá
questionamentos e perguntas, desde já me coloco à disposição para esclarecê-los
-, busco contribuir no sentido de que a política tenha os seus princípios
éticos mantidos. Quero dizer que não pode prevalecer na política rio-grandense,
na política de Porto Alegre o denuncismo, ou seja, o fato de você denunciar e
não ser claro ou preciso em relação às denúncias e se acobertar do segredo de
justiça. Por que isso não é ético? Porque o segredo de justiça é um instrumento
previsto pela legislação brasileira para preservar informações sigilosas, como
é o caso das escutas telefônicas, e serve também para preservar a imagem de
pessoas privadas, para que pessoas privadas não sejam ofendidas
antecipadamente, antes de se formar a culpa. Quero dizer que o segredo de justiça
não é um instrumento de uso político porque nós somos homens públicos; pelo
contrário, temos que dar a maior publicidade possível aos nossos atos, razão
pela qual me encontro aqui.
Sei que meu gesto vai ser, talvez, não muito
significante para isso, mas quero tentar fazer com que prevaleça, como sempre
prevaleceu na sociedade porto-alegrense, a boa disputa política. Ou seja: se há
alguma questão julgada como não suficientemente esclarecida, que se peçam os
esclarecimentos, mas que não se diga que há um comprometimento sem a
formalização de uma culpa pelo processo investigatório. Como estou limitado
pelo tempo de trinta minutos, eu vou tentar ser, então, o mais preciso, o mais
breve possível na exposição que pretendo fazer a todos os senhores.
(É feita a apresentação de PowerPoint.) Primeiro, o
Programa Integrado Socioambiental tem três componentes. O primeiro deles é a
melhoria da qualidade da água do lago Guaíba, trata-se de um conjunto de obras
que visa a ampliar a capacidade de tratamento do esgoto da cidade de Porto
Alegre. O segundo componente trata do desenvolvimento urbano e da drenagem.
Essa drenagem é a reconstituição dos diques do arroio Cavalhada, de tal maneira
que toda aquela região não seja mais inundável, retira-se a condição de risco com
o reassentamento de 1.680 famílias - são 1.680 famílias previstas para
reassentamento. Também está elencada uma série de obras de melhoria na
infraestrutura urbana da Cidade, como, por exemplo, uma avenida-parque que vai
costear uma área desse dique, da Av. Cavalhada até a Av. Icaraí. E há um
terceiro componente, que é um componente de gestão ambiental, em que estão
previstas a complementação da identificação, a definição das áreas de risco da
cidade de Porto Alegre, a implantação do Parque Linear do Arroio Cavalhada e a
Unidade de Conservação do Morro São Pedro.
O total de recursos necessários para a realização
desses três componentes é de 83 milhões de dólares; o contrato foi assinado em
maio pela Prefeitura de Porto Alegre, junto com o Banco Interamericano de
Desenvolvimento, mais o financiamento da Caixa Econômica Federal, no valor de
316 milhões de reais, mais uma contrapartida da Prefeitura Municipal de Porto
Alegre, ou, mais precisamente, uma contrapartida do DMAE de 67 milhões de
reais. Obviamente, depende da cotação: quando assinamos o contrato, a relação
entre o real e o dólar era cerca de R$ 2,10 - hoje está abaixo disso, há uma
apreciação por parte da moeda nacional -, mas isso perfazia um total de 586
milhões de reais. Quero dizer que aqui eu vou tratar apenas do primeiro
componente, que é a melhoria das águas do lago Guaíba; vou tratar apenas das
obras de saneamento no que diz respeito à coleta, ao transporte e ao tratamento
dos esgotos cloacais. E esse componente é todo financiado pela Caixa Econômica
Federal; o financiamento para a execução dessas obras de saneamento é de 316
milhões, que virá da Caixa, mais 67 milhões de contrapartida.
Essa foi uma forma de engenharia financeira que
permitiu à Prefeitura de Porto Alegre contratar esse financiamento externo sem
a necessidade de desembolsar qualquer recurso, a não ser aqueles do DMAE. Esses
recursos da Caixa Econômica Federal também servirão de contrapartida ao BID, ao
empréstimo do BID. Parte desses 316 milhões, já que há um excesso de contrapartida,
correspondente a 86 milhões de dólares, servirá de contrapartida ao Programa,
estão também afeitos a auditorias do Banco Interamericano. Portanto, o que nós
vamos ver aqui é o andamento...
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Dr. Flávio, eu vou assegurar o seu tempo. Vou fazer
um apelo aos nossos visitantes. Ver. Oliboni, os PSFs vão ser votados na
quinta-feira, quero agradecer a presença dos nossos visitantes: se quiserem
continuar conosco, são muito bem-vindos, mas há um orador na tribuna, e queremos
dar atenção especial ao tema. Então, aqueles que quiserem continuar no
Plenário, por favor, saibam que são bem-vindos, mas o tema que está sendo
tratado agora é o Socioambiental. Muito obrigado. Devolvo a palavra ao Diretor
Presser.
O SR. FLÁVIO
FERREIRA PRESSER: Muito obrigado.
Então, abordarei as obras de saneamento que estão
previstas e aquelas contratadas pelo DMAE. Quero dizer que o Programa de
Saneamento Básico, principalmente a parte voltada para o tratamento do esgoto
sanitário, se divide em três grandes sistemas. Eu vou apresentar os sistemas
para todos os senhores. Depois eu falo em valores; primeiro, falarei do
conjunto das obras, para que todos os senhores possam entender.
Primeiro, o Sistema Restinga. Esse sistema já tem
como obras contratadas cinco lotes de redes coletoras, nós temos que implantar
no bairro Restinga cerca de 80 quilômetros de rede. Dividimos esses 80
quilômetros em cinco lotes para permitir que o maior número possível de
empresas pudesse participar do certame licitatório e, assim, beneficiadas pelos
contratos. E temos mais o interceptor do arroio do Salso, do qual,
recentemente, foi concluído o processo licitatório, e o início dessa obra está
sendo agora realizado. O que tem ainda em licitação no Sistema Restinga? O
emissário da Restinga, junto com as elevatórias, a estação de bombeamento do
esgoto da Restinga, a do Chapéu do Sol e a da Ponta Grossa. Esses são os
conjuntos de obras do SES/Restinga, contratados em licitação. Sobre as obras
contratadas: rede coletora do bairro Restinga, com 60 quilômetros já
concluídos, 5.800 ligações domiciliares realizadas, e a previsão de conclusão
dessas obras é dezembro de 2010. Então essa é a situação atual das obras
contratadas no que diz respeito à rede. No que diz respeito ao interceptor da
Restinga, temos a licitação concluída, as obras iniciadas no mês de novembro, e
a previsão de conclusão dessa obra é outubro de 2010. Essa é uma obra que teve
início recentemente.
Em relação ao SES/Cavalhada - Sistema de
Esgotamento Sanitário de Cavalhada -, o que nós temos? Obras contratadas,
também cinco lotes de redes coletoras. Pela mesma razão que fizemos a divisão
do SES/Restinga, fizemos para o SES/Cavalhada. A quilometragem é muito
semelhante, são cerca 82 quilômetros de redes coletoras da área da bacia do
arroio Cavalhada. Nós resolvemos então dividir em lotes para que um maior
número de empresas pudessem participar do processo licitatório e depois serem
contratadas.
O que está em licitação é uma estação elevatória
chamada EBE-C1, que vai ficar próxima ali do Pontal do Estaleiro, ela vai
coletar o esgoto de parte de uma sub-bacia do Cavalhada e encaminhar esse
esgoto até a estação elevatória final do Cavalhada. Das obras contratadas: a
rede coletora, já temos 32,7% quilômetros executados, ou seja, cerca de 50%,
metade das redes já feitas; estão realizadas 2.200 ligações. A previsão da
conclusão dessas obras é fevereiro de 2011.
O terceiro grande sistema que compõe o
Socioambiental é o Sistema de Esgotamento Sanitário Ponta da Cadeia, que busca coletar
o esgoto que é recolhido da bacia do arroio Dilúvio e levá-lo até uma futura
estação de tratamento de esgoto que vai se localizar no bairro Serraria. Esse
esgoto, hoje, é lançado in natura na
frente da Usina do Gasômetro; há um emissário que faz esse lançamento. Sobre as
obras contratadas dentro desse SES/Ponta da Cadeia: a reforma da estação de
bombeamento Baronesa do Gravataí e a construção da chaminé de equilíbrio junto
à estação de bombeamento da Ponta da Cadeia. Essa obra está adiantada, quem passa
em frente a futura sede da OSPA já pode verificar a construção dessa chaminé.
Depois temos a construção das estações de bombeamento Cristal - C2 e chaminé de
equilíbrio -, um conjunto de bombeamentos que vai transportar o esgoto que vai
ser bombeado dessa estação da Ponta da Cadeia, vai transportá-lo até a área do
Cristal, junto à foz do arroio Cavalhada. Ali ele se juntará com todo o esgoto
coletado da bacia do arroio Cavalhada,
e esses dois, então, serão bombeados para uma nova estação de bombeamento,
junto a uma chaminé de equilíbrio, para chegar até a futura estação de
tratamento de esgoto. O emissário Ponta da Cadeira/Cristal, que é um emissário
terrestre, em aço, com o diâmetro de 1,60 metros cúbicos, irá transportar o
esgoto - como eu disse, ele hoje é lançado in
natura - até o Cristal, e há mais um outro trecho desse emissário que vai
do Cristal até a futura ETE Serraria, que é um emissário subaquático, cujo
material é o polietileno de alta densidade, também chamado PAD. Então, essas
são as obras já contratadas.
Está em licitação a construção da ETE Serraria.
Estamos na fase de julgamento dos recursos da fase de avaliação técnica das
empresas, vamos depois, então, passar para a abertura das propostas de preço.
Sobre a construção da elevatória final: com o esgoto tratado, haverá uma
estação de bombeamento desse esgoto tratado para um emissário final, que o
lançará no lago Guaíba, que é o corpo receptor do esgoto tratado. Então, são
três as obras que ainda precisam ser licitadas, a cujo processo de licitação
não foi dado início.
Sobre as obras contratadas: a reforma tanto da
Baronesa do Gravataí quanto da estação de bombeamento Ponta da Cadeia, junto
com a construção da chaminé de equilíbrio... Quero dizer que todas as obras
civis já foram concluídas. Nós estamos numa fase de recebimento dos grupos de
motobombas, que executarão toda essa função de bombeamento. A previsão da
conclusão dessa obra é janeiro do próximo ano. Portanto, estamos com mais de
90% dessa obra executada. A construção da estação de bombeamento Cristal e C2,
junto com a Chaminé de Equilíbrio - está aí uma simulação: vai ser uma torre de
29 metros de altura, sendo que cerca de 23 metros acima do solo. É uma torre em
que construímos um mirante para que as pessoas possam subir e desfrutar de uma
vista panorâmica do nosso belíssimo pôr do sol. Essa licitação está concluída,
foi finalizada em novembro de 2009, o contrato já está iniciado, e a previsão
do início dessa obra é janeiro de 2010. A conclusão será em maio de 2011.
Ainda como obras contratadas - aqui talvez estejam
aquelas sobre as quais haja alguma dúvida: são as obras que vão compor o
emissário que levará o esgoto da Ponta da Cadeia até a estação da Serraria. Nós
dividimos essa licitação em dois trechos: o trecho terrestre, que vai da Ponta
da Cadeia até o Cristal, foi uma licitação concluída em outubro de 2009, o
contrato está assinado, e a previsão do início das obras é dezembro de 2009.
Nós estamos para receber a tubulação em aço, com diâmetro de 1,60 metros
cúbicos, que isso possivelmente será entregue no próximo dia 15. A segunda
parte desse emissário vai da estação de bombeamento do Cristal até a ETE
Serraria, que é o emissário em PAD, essa licitação foi concluída também em
outubro de 2009, o contrato foi assinado, e a previsão do início dessas obras é
março de 2010, quando teremos todo o nosso material já em canteiro de obras, e a previsão de conclusão dessas obras é junho de 2011.
Uma vez descritas
todas as obras, apresento um quadro demonstrativo dos valores das obras, Presidente.
Vejam só: obra por obra, sistema por sistema. Temos ali os investimentos
inicialmente previstos, que são compostos pelo financiamento que buscamos junto
à Caixa Econômica Federal mais a contrapartida com recursos do DMAE, essa é a
primeira coluna. A segunda coluna tem os valores orçados, aqueles preços
máximos, fixados para fins de editais de licitação, e a terceira coluna é a dos
valores contratados. Por último, temos as diferenças. Em relação a esses três
sistemas, temos, como financiamento mais contrapartida, 381 milhões de reais,
esse é o valor em números redondos. O que foi orçado? Duzentos e trinta milhões
de reais, em números redondos. O que foi contratado? Duzentos e onze milhões de
reais. Portanto, entre o preço orçado e os valores contratados, há uma
economia, para o Departamento Municipal de Água e Esgotos, de 19 milhões de
reais. São 19 milhões de reais a menos! Quero dizer aos senhores que os valores
previstos nos editais, que são as propostas de preço máximo, todos eles foram
fruto de uma apreciação por parte da Caixa Econômica Federal e uma aceitação
desses valores. Como esses recursos servem de contrapartida para o Banco
Interamericano de Desenvolvimento, também o Banco analisou esses valores e os
achou adequados. Esses valores que serviram de referência para os nossos
processos licitatórios foram elaborados pelas equipes técnicas do Departamento
e avaliados tanto pela Caixa Econômica Federal quanto pelo próprio Banco
Interamericano de Desenvolvimento. Portanto, não são valores definidos sem uma
boa apreciação.
Bom, provado que
temos 19 milhões de reais a menos, não sei como pode haver alguma denúncia de
superfaturamento. Agora, sem que houvesse uma denúncia precisa, Presidente, o
que foi dito à imprensa pela Presidente da CPI da Corrupção da Assembleia
Legislativa, a Deputada Stela Farias, foi que haveria um superfaturamento de
cerca de 61 milhões de reais nos emissários. Acredito que o ponto fulcral sobre
o que os Srs. Vereadores querem, na verdade, ter informações é o processo de qualificação
e contratação desses emissários. Então, quero dizer que trago aqui a história
detalhada da contratação desses emissários.
Vejam só: a primeira
licitação foi um processo de pré-qualificação, que é o que o Banco
Interamericano de Desenvolvimento exige para aqueles que captam recursos junto
ao Banco, com uma licitação em duas fases, uma de pré-qualificação e uma
segunda fase de preço. Então, em fevereiro de 2008, nós já apresentamos os
nossos editais de pré-qualificação, portanto há quase dois anos. E, nesse
processo de pré-qualificação, já está definido o capital necessário que essas
empresas devem ter em função do valor de obra. E a legislação brasileira diz
que o capital mínimo deve ser em torno de 10% do valor total da obra. Em função
da exigência de capital, obviamente as empresas já começaram a especular sobre
os valores de orçamento, apesar de, naquela época, não estarem concluídos os
nossos orçamentos.
Em abril de 2008,
houve uma solicitação de suspensão. Nós suspendemos, porque um dos interessados
em participar do processo licitatório arguiu que nós não poderíamos fazer essa
licitação pelos critérios exigidos pelo banco, pelo chamado short list. Ou seja, nós não podíamos,
nesse processo de pré-qualificação, tirar um número pequeno de empresas, já que
a Lei nº 8.666 não prevê esses mecanismos. Como esses recursos são apenas da
Caixa Econômica Federal - realmente, eles servem apenas de contrapartida para o
banco -, nós entendemos correta essa reivindicação por parte dessa empresa
interessada em participar do processo licitatório e readequamos o edital, que
foi republicado em maio de 2008. Retiraram os editais 36 empresas, e
participaram da pré-qualificação três grandes consórcios: o Consórcio Cristal,
que era capitaneado pela empresa Odebrecht, e dela faziam parte a Sultepa, a
CSL, a Brasília Guaíba, a Mac Engenharia e a CBPO, portanto um consórcio
formado por seis empresas. Depois, o consórcio que era liderado pela OAS, junto
à empresa OAS, a Carioca; e o Consórcio Arvek, Convap e Codrasa. Essa empresa é
de São Paulo, e eu quero dizer que ela foi desqualificada por não ter atestados
técnicos suficientes para poder executar essa obra. Então, os dois primeiros
foram pré-qualificados.
Junto com o
emissário, estava o processo de pré-qualificação da estação de tratamento de
esgotos da Serraria. Vejam só que ela seguiu um cronograma muito parecido, foi
aberta em fevereiro de 2008, em abril houve um recurso por parte da empresa, e
estão questionando esse critério, porque não está previsto na lei nacional. Nós
republicamos em maio, e 36 empresas também retiraram os editais, mostrando
interesse em participar do certame, e o número de consórcios que participou
desse processo de pré-qualificação, no caso, aumentou. No total foram, se não
me engano, sete consórcios: o OAS/Carioca, o Cristal - que é o mesmo aquele da
Odebrecht com mais outras cinco empresas -, o Cesbe, a Construtora Queiroz
Galvão, a Serveng-Civilsan, o consórcio formado pela construtora Passareli e
Engeform e o Consórcio Serraria, formado pela Delta Construtora e Araguaia
Engenharia. É um número bastante significativo de empresas, todas elas foram
pré-qualificadas.
Concluídas as
propostas de pré-qualificação, então, entramos na fase de preços. Em relação ao
emissário, a publicação do edital de preços foi em dezembro de 2008, no final
do ano, e eu quero dizer que, nesse interregno, houve várias discussões acerca
do preço, do orçamento dessa obra, já que essa é uma obra muito singular, que
vai ser feita uma só vez na cidade de Porto Alegre, não haverá outra
semelhante. Ela nunca foi feita e, possivelmente, nunca mais haverá outra
igual, portanto tem suas singularidades. O que aconteceu é que, durante essa
fase que nós vamos agora apresentar, houve questionamentos bastante grandes em
relação ao preço. A publicação do edital do preço do emissário foi em dezembro
de 2008 e o da estação de tratamento foi em junho de 2009. Em dezembro de 2008,
foi aberto, já houve um recurso de impugnação em janeiro de 2009; e, em junho
de 2009, foram abertos os preços. Quero dizer que o preço que acompanhou esse
edital - a disputa, então, se deu em relação aos custos da obra -, como eu
estava fazendo referência aqui, foi fruto de uma discussão muito grande entre o
Departamento e os órgãos de financiamento. O Ministério das Cidades teve
conhecimento, manifestou-se em relação a esse orçamento, remetendo,
posteriormente, à Caixa Econômica Federal, já que todos os orçamentos, frutos
de financiamentos federais que são feitos pela Caixa, estão afeitos ao Sinapi,
que é um
sistema de preços conduzido pela própria Caixa Econômica Federal, sendo que a
Caixa Econômica Federal só permite uma variação de 10% em relação às médias
nacionais de custos. Portanto, eu quero dizer que a Caixa Econômica Federal
também fez essa apreciação das composições de custos, verificou esses valores,
pediu justificativas em relação a alguns deles e nos emitiu uma manifestação,
um parecer de que concordava com o valor de 148 milhões de reais.
Para nós também
dirimirmos qualquer dúvida em relação ao preço, consta dos autos do processo
licitatório uma solicitação que nós fizemos à Franarin, que é uma empresa
especializada em orçamentos, ela nos fornece as listas de preços. Pedimos,
então, que essa empresa também fizesse uma apreciação sobre o valor da obra. Eu
quero dizer que a Franarin se manifestou dizendo ser aceitável o valor até 151
milhões de reais. E nós lançamos no edital de preço, como preço máximo
admitido, o valor de 137 milhões de reais, portanto muito abaixo do preço
aceitável pela empresa Franarin, como também um preço muito abaixo daquele
aceitável pela Caixa Econômica Federal, na medida em que nós fizemos uma
alteração, antes da publicação do preço, dos nossos valores do BDI, que é Bônus
e Despesas Indiretas, ou Benefícios e Despesas Diretas, que estávamos
considerando inicialmente como sendo 32% e reduzimos isso para 25% para serviço
e 15% para material. Então, fruto da redução desse cálculo indireto de preços,
nós estimamos o preço máximo de 137 milhões de reais.
A abertura da ETE Serraria foi em julho de 2009, e
o valor máximo que fixamos para essa estação de tratamento foi de 111 milhões.
Quero dizer que ambas as licitações deram desertas. Ambas! Não houve quem
comparecesse; e, dos autos dos processos licitatório, estão lá esboçadas
razões: as empresas, os dois consórcios pré-qualificados para o emissário e os
sete consórcios qualificados para a estação do tratamento de esgoto,
consideraram esses valores inexequíveis, porque eles colocaram como valor
mínimo para execução dessas obras 190 milhões de reais - valores mínimos. Com
isso ficou deserta, e passamos para um novo processo licitatório. Para
produzirmos esse novo processo licitatório e chegarmos a um porto seguro,
dividimos o emissário, que antes era um processo único, em três editais: um para
a área terrestre, outro para o trecho subaquático e o terceiro para a estação
de tratamento do esgoto. Esse segundo processo foi aberto no dia 09 de
setembro; o valor do emissário terrestre foi estipulado em 36 milhões de reais;
retiraram o edital trinta empresas; participaram da licitação cinco Consórcios:
a Archel, a Goetze Lobato, a Saenge, o Consórcio formado pela Sultepa, Etesco e
Codrasa, e o Consórcio formado pela Delta, Araguaia e Brasília Guaíba.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Diretor Presser, permita-me dizer o seguinte: o
senhor já excedeu dois minutos, eu vou lhe dar mais três minutos para que possa
fazer a conclusão. Está bem?
O SR. FLÁVIO
FERREIRA PRESSER: Muito obrigado, Presidente.
Quem venceu foi a Saenge, e a proposta vencedora foi
de 35 milhões e 246 mil reais. Sendo que, vejam só, esse Consórcio Brasileiro
de Saneamento e o Consórcio Cristal, os dois, manifestaram por carta, porque
tanto a parte técnica como a de preço precisavam ser pré-apresentadas. Eu quero
dizer que o valor apresentado para preço foi superior a 130 milhões de reais.
Desculpem-me, esta aqui foi menos, isto foi o terrestre, eu não estou
recordando, Valdir, qual foi o valor apresentado por estas para o trecho
terrestre. Foram quarenta e poucos milhões de reais, ganhou por 35 milhões, o
preço máximo de 36 milhões.
A abertura do processo da parte subaquática foi dia
08 de setembro, o valor máximo admitido para a parte foi de 100 milhões de
reais. Vejam 100 milhões na parte subaquática; 36 milhões na parte terrestre;
foram 136 milhões, portanto até inferior aos 138 milhões de reais, valor que
foi orçado como preço máximo inicialmente. Participaram trinta empresas; as
empresas estão aí. Quem venceu foi o Consórcio Iccila/Archel, e o valor da
empresa vencedora foi de 84 milhões de reais, portanto 16 milhões a menos que o
preço máximo estipulado pelo edital. Sendo que aí, sim, o Consórcio formado
pela empresa Sultepa, Etesco e Codrasa apresentou uma proposta de preço de 136
milhões de reais, para mostrar novamente, já que eles tinham participado da
primeira licitação, que, com esse preço, era inexequível. Sobre a ETE Serraria,
que está ainda em processo de licitação: o preço máximo admitido foi de 123
milhões de reais, estão participando quatro consórcios, e agora está em fase de
recurso, portanto essa licitação ainda não foi concluída.
Todas essas informações... Essas obras, seja por
sua importância, seja pelos seus valores, chamam a atenção de Porto Alegre, e
nós tivemos o cuidado, por pedido do próprio Prefeito, de darmos inteira
publicidade aos processos licitatórios e a todo sistema de execução das obras.
Criamos o site do Pisa, dado por
aquele endereço eletrônico, onde todas as cópias dos editais e dos contratos
estão à disposição dos senhores e de toda a coletividade porto-alegrense.
Agradeço, Sr. Presidente, e aqui concluo essa brevíssima apresentação. Muito
obrigado! Coloco-me, então, à disposição para esclarecimentos das dúvidas, se
essas persistirem. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
conforme foi acordado, os Vereadores terão até três minutos para fazer
considerações ou para fazer perguntas. Começaremos pela manifestação do Ver.
Reginaldo Pujol e depois estaremos aceitando as demais inscrições, a fim de que
todos possam fazer as suas contribuições.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sr. Diretor do DMAE, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, essa pormenorizada apresentação do Pisa, feita
pelo Diretor-Geral do DMAE, nos leva a fazer três pequenas colocações.
Evidentemente, sempre é conveniente ter em excesso as informações do que a
falta, e o que nós temos agora é excesso de informações. Em verdade, estamos
impactados pelas acusações que surgiram na Cidade de que teriam ocorrido três
situações graves no DMAE e que isso geraria problemas para a Administração.
A primeira me parece devidamente afastada. Agora,
com relação ao superfaturamento, o que nós estamos observando é que houve um
subfaturamento, à medida que todas as licitações alcançaram valores inferiores
àqueles aceitáveis pelos órgãos financiadores, que, nós sabemos, são bastante
rigorosos. O segundo, e acho que isso nós poderíamos colocar de forma muito
clara aqui, remonta à colocação dos acusadores ao período de preparação do
projeto, quando se estipularam os materiais que iriam compor as várias obras do
projeto, sendo que um deles é exatamente com relação à parte subaquática do
emissário, em que houve uma determinação da Direção do DMAE pelo polietileno de
alta densidade nos tubos que comporão o emissário da Ponta da Cadeia até a
Serraria.
Eu estive, meu caro Dr. Presser, no dia de hoje,
buscando alguns esclarecimentos e ouvi, em alguns debates, que essa opção pelo
polietileno de alta densidade não é fato novo do DMAE, já vem de Administrações
anteriores, porque, tecnicamente, é o material mais recomendável para essa
circunstância. Inclusive, para isso me deram um elemento que eu procuraria se
fosse necessário, mas não o será: o Engenheiro Duguay, que foi o Coordenador do
Pisa na Administração que antecedeu o Governo Fogaça, quando já estava
estipulado esse tipo de material a ser colocado. Então, dentro das três grandes
acusações, a do superfaturamento, no meu entendimento, está devidamente esclarecida
por V. Sa, que, inclusive, entregou todos esses dados ao Ministério
Público de Contas, para que ele procedesse ao seu cuidadoso exame, o que nós
aguardamos. De outro, a opção pelo polietileno e não pelo aço, na parte
subaquática, tem justificativa técnica que me foi confirmada por vários
engenheiros que sobre a matéria opinaram.
Em derradeiro, Sr. Presidente, quero fazer aqui,
aproveitando este espaço, em conclusão, um desagravo ao Dr. Geraldo Portanova
Leal, que vem sendo acusado por várias razões, inclusive de ter sido o
responsável por, aspas, esses desvios ocorridos no Pisa, na área de saneamento.
Sabidamente, o Dr. Geraldo Portanova Leal não foi condenado nenhuma vez pela
Justiça do Estado e, na maioria dos casos, não recebeu sequer aqueles indiciamentos
que sobre ele ocorreram. E, finalmente, Sr. Presidente, ele nada tem a ver com
obra de saneamento; ele é o homem encarregado, dentro do Pisa, do
reassentamento, da área habitacional. Então, feitas essas três colocações, eu
quero dizer a V. Sa que estou muito satisfeito com a sua exposição,
especialmente porque o senhor se antecipa, coloca “os pontos nos is” e desfaz
uma série de incongruências que vinham sendo ditas pela Cidade. Obrigado pela
sua presença nesta Casa. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, nós havíamos acordado que os
Vereadores teriam três minutos para as suas manifestações. O Ver. Reginaldo
Pujol usou quatro minutos, então eu vou conceder quatro minutos aos outros
Vereadores, porque não posso ser injusto com os que vão se manifestar.
O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Cumprimento a Mesa; vou entrar direto no assunto.
Falo também em nome da minha Bancada, a do Partido dos Trabalhadores. Primeiro,
todas as vezes que vieram Projetos para esta Casa, votamos favoravelmente aos
contratos feitos. Fizemos um acordo que não foi cumprido até hoje pelo Governo,
pela Líder, a Srª Clênia Maranhão. O Governo deveria mandar a esta Casa todos
os projetos técnicos, para que ficassem à disposição, para que pudéssemos os
analisar e discutir. Nós estamos pautados pelo que a imprensa está dizendo, que
existem irregularidades (Lê.): “Polícia Federal confirma indícios de
irregularidades em obras do DMAE”. Portanto, se há indícios de irregularidades,
o nosso papel como legisladores é o de ir à raiz do problema e buscar as
informações necessárias. Queremos discutir o projeto, e, se existem problemas,
identificá-los e fazer correções. Desse modo, não podem colocar que isso é
antecipar um debate político. É nossa função constitucional fiscalizar o
Executivo.
Sr. Presidente, o Ministério Público do Estado do
Rio Grande do Sul, numa Ação Civil Pública por Ato de Improbidade
Administrativa, no caso do Detran, indiciou, no dia 15 de dezembro de 2008, uma
lista de senhores e senhoras, sendo que o primeiro da lista é o Sr. Flávio
Roberto Luiz Vaz Neto, condutor de toda a falcatrua do Detran, e o segundo,
Ver. Pujol, é justamente Geraldo Portanova Leal. E o que nos causa estranheza é
que, no dia 28 de julho de 2009, o Prefeito José Alberto Fogaça nomeou esse
mesmo senhor que está sendo indiciado pelo Ministério Público no caso do
Detran. Isso está escrito no Diário Oficial, já fizemos esse debate, não me
venham dizer que ele não é o Coordenador-Geral (Lê.): “Geraldo Portanova Leal
para CC de Coordenador-Geral da Unidade Executora e Coordenadora do Programa
Integrado Socioambiental na Secretaria Municipal de Gestão e Acompanhamento
Estratégico”. O Socioambiental não é um programa dividido em várias partes, em
que cada um responde por uma parte - ele é um programa integral. E é isto que
nós temos que discutir aqui: como é que alguém que é indiciado pelo Ministério
Público, no maior escândalo que este Estado já teve, um roubo de mais de 40
milhões, é contratado pelo Prefeito para ser o Coordenador-Geral do maior
programa de investimento em Porto Alegre, na ordem de 586 milhões, aprovado
aqui nesta Casa? A nossa Bancada e este Vereador não podem admitir que alguém
que está sub judice, sim, e que
comprovadamente roubou dinheiro público coordene esse nosso Programa. Esse é um
dos primeiros grandes questionamentos que ainda não estão respondidos e que têm
que ser respondidos.
A segunda questão: eu pergunto ao Diretor Presser
se é prática do Governo e da Secretaria do DMAE receber concorrentes a
licitações antes da divulgação do edital? Essa é uma pergunta que deixo ao
Diretor. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Ervino Besson está com a palavra.
O SR. ERVINO
BESSON: Meu caro Presidente, Ver. Sebastião Melo; ao cumprimentá-lo,
cumprimento os demais colegas Vereadores e Vereadoras e também o Diretor
Presser, bem como toda a sua equipe no DMAE. Eu acho que V. Sa foi
muito claro no seu relato, Diretor; com muita clareza e firmeza, apresentou
para os nobres colegas Vereadores um projeto de tamanha grandeza, um projeto de
tamanha envergadura, que vai recuperar a qualidade de vida da nossa Porto
Alegre, que vai recuperar 70% do tratamento de esgoto. E V. Sa foi
muito claro: há concordância da Caixa Econômica Federal e do BID, que financia
o projeto. Eu acho que não deixou dúvida nenhuma, meus caros colegas
Vereadores. O senhor veio aqui e, com muita tranquilidade, fez o seu relato
para os colegas Vereadores. Todos nós temos interesse em recuperar a qualidade
de vida desta Cidade, e a qualidade de vida da nossa Porto Alegre, a sua
recuperação, o que foi perdido ao longo dos anos, está aí. Portanto, em meu
nome, quero parabenizar V. Sa e a sua equipe, porque o DMAE tem uma
equipe que temos que respeitar, pela qualidade, que não é de hoje, vem sendo
construída ao longo dos anos. Parabéns, Diretor Presser! (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Sr. Diretor-Geral do DMAE, colegas que nos acompanham; em primeiro
lugar, nós, do PSOL, cremos que é fundamental ser respondida a pergunta que já
foi colocada pelo Ver. Engenheiro Comassetto: por que alguém que aparece como
segundo indiciado pelo Ministério Público no caso Detran/RS, de onde houve um
desvio de 44 milhões, foi, depois de indiciado, indicado pela Prefeitura de
Porto Alegre para ser coordenador? Em segundo lugar, eu queria trazer alguns
dados, Diretor Presser, da própria Auditoria-Geral da Secretaria da Fazenda.
Não é esta Vereadora quem está dizendo, são dados da Auditoria, apontados pela
própria Secretaria Municipal da Fazenda.
Com relação à estação de bombeamento de esgoto Bom
Sucesso: em primeiro lugar, foi dispensada de licitação, não apresentava nem
assinatura do jurídico do DMAE, tão pouco os documentos exigidos em caso de
dispensa de licitação: certidões negativas do FGTS, INSS e tributos. Em segundo
lugar, a obra foi suspensa porque havia residências no local. Das duas uma: ou
os técnicos da Divisão de Obras do DMAE não foram competentes - no que eu não
acredito, conhecendo o trabalho sério que os funcionários executam -, ou houve
um processo de criação de edital que não veio da Prefeitura! Como é caso,
muitas vezes recorrentes no Brasil, dos favorecimentos e direcionamento de
licitação. Então gostaria de perguntar sobre essa obra.
Pergunto sobre a obra do arroio Moinho, Processo nº
00308014208/7, em que houve o pagamento de 28 mil reais para sinalização e
equipamentos de proteção individual dos trabalhadores. Na própria auditoria
feita - reitero, auditoria da Secretaria da Fazenda, não é um dado desta
Vereadora -, não há sinalização e nem equipamentos para os trabalhadores que
poderiam garantir a segurança do trabalho. E a empresa segue fazendo a obra.
Por que não se tomam providências com relação a isso?
Relato também um caso que aconteceu com a empresa
Giovanella, Sr. Presidente, em que havia uma subcontratada, o que não é
permitido. Um engenheiro do DMAE - funcionário público da Prefeitura - chamou a
atenção da empresa e foi agredido pelo funcionário da subcontratada. Ao botar
um processo por danos morais, o engenheiro foi deslocado de função, e a empresa,
de presente, ganhou um novo edital no valor de 1 milhão e 700 mil reais da
Prefeitura. Não só não foi punida por agredir um trabalhador, como ainda ganhou
um novo edital. O que nos faz perguntar sobre o problema daquelas empresas que
não cumprem os pressupostos de sinalização, de canteiro de obras, de
equipamentos de proteção do trabalhador e que seguem sendo contratadas. Eu
gostaria de aproveitar a sua presença e questionar: por que o DMAE não assinou
o Termo de Ajustamento de Conduta, pedido pela segunda vez pelo Ministério
Público do Trabalho? Por que as empresas terceirizadas e contratadas não
cumprem o que dizem as Normas de Segurança do Trabalho? E, pelo DMAE não
assinar, os cofres públicos pagarão 2 mil reais para o Ministério Público,
dinheiro que vem do bolso de todos os contribuintes para garantir o lucro das
empresas, enquanto os trabalhadores continuam sem segurança, enquanto o
dinheiro público continua indo e desviando pelos ralos da corrupção. É isso.
Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. MARIA
CELESTE: Sr. Presidente, a Liderança da oposição - PT e PSOL - quer informar ao
Plenário e passar a V. Exª a representação, por um Requerimento, que acabamos
de entregar, no Ministério Público de Contas, ao Dr. Geraldo da Camino, em relação
a suspeitas e indícios relacionados ao Programa Socioambiental. Nós queremos
passar às suas mãos este Requerimento, que solicita a representação, dando
ciência à Câmara Municipal de que estivemos lá nesse momento entregando o
documento, com várias cópias, com várias matérias que juntamos ao Processo.
O SR. PEDRO
RUAS: O documento que passamos às mãos de V. Exª, Sr. Presidente, é exatamente
o que tem, no Protocolo de Recebimento do Ministério Público de Contas, o Dr.
Geraldo da Camino.
(Procede-se à entrega do documento ao Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo.) (Palmas.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Luiz Braz está com a palavra.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; também quero saudar o Engenheiro
Presser, que veio aqui espontaneamente prestar depoimento. Isso sempre é muito
bom, pois a Casa do Povo de Porto Alegre precisa, constantemente, estar
dialogando com os vários setores do Executivo Municipal para troca de ideias,
para receber informações e para que possamos aqui, Ver. João Dib, resolver
questões que, acredito, não precisariam chegar até o Ministério Público de
Contas ou à Justiça, porque os dados estão muito claros.
O meu amigo
Ver. Comassetto faz uma afirmação aqui da tribuna que ele precisa revisar,
porque é uma informação incorreta, e eu tenho certeza absoluta de que ele
trouxe à Casa esta informação porque estava completamente desavisado com
relação àquilo que havia acontecido. O Ver. Engenheiro Comassetto disse que o
DMAE não disponibilizou o conteúdo do Projeto para que a sociedade, para que os
Vereadores tomassem conhecimento. Eu vou dizer, Ver. Engenheiro Comassetto:
Vossa Excelência e os outros Vereadores não quiseram tomar conhecimento,
fizeram isso porque resolveram, de própria vontade, não ir. No final de 2008,
foi feito um convite a esta Casa, os Vereadores foram convidados a comparecer
ao escritório que fica na Rua Bernardo Pires nº 280, sala 501, onde o
Coordenador Carlos Fernando Marins fez questão de colocar o Projeto e
explicá-lo aos Vereadores de Porto Alegre. Se não me engano, nós estávamos lá -
quatro Vereadores - tentando saber como seria o Pisa. Sabem quem chegou no
finalzinho da exposição? A Verª Sofia Cavedon, mas não pôde ouvir todas as
explicações, porque não chegou na hora. Com toda a certeza, este Projeto - e a
Verª Sofia Cavedon é uma das testemunhas, pode falar ao Ver. Engenheiro
Comassetto, que está sentado ao seu lado - foi colocado, sim, à disposição de
todos os Srs. Vereadores; lá estavam os técnicos para explicar tudo a respeito
do Projeto.
Ora, mas os Vereadores, alguns deles - e V. Exa
está entre eles, Ver. Comassetto -, não quiseram tomar conhecimento, não
quiseram conhecer o Projeto. E, como não quiseram conhecer o Projeto, agora têm
dificuldades até de fazer as críticas, pois para quem não conhece o Projeto
fica difícil criticar. Eu acredito que o Diretor Presser trouxe para nós todas
as informações necessárias dentro das denúncias que foram feitas, mas eu temo,
Verª Sofia Cavedon, que possamos estar misturando - isto realmente é um perigo
muito grande - a nossa obrigação de fiscalizar o Projeto e os interesses
políticos que podem estar movendo este ou aquele setor do Plenário. Aí,
realmente, fica alguma coisa que vai contra os interesses da população. A
população, Ver. Mauro Zacher, quer ver este processo bem explicado; a população
quer ver as obras sendo realizadas, sem que o seu dinheiro esteja indo para o
ralo. E vem aqui trazer as explicações o Diretor Presser, no sentido de que o
dinheiro que está sendo gasto com aquelas obras é bem menos do que aquele que
estava sendo orçado por técnicos ligados aos setores da Caixa Econômica
Federal, que é quem está fiscalizando todos os gastos realizados.
Não vou adiante, Sr. Presidente, porque estou vendo
que o meu tempo está esgotado, quero ficar exatamente dentro do tempo, para que
todos os outros também se mantenham assim. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver. Braz, eu agradeço a sua compreensão. Na
verdade, havíamos estabelecido o tempo de três minutos e passamos para quatro
minutos. Peço a compreensão dos colegas Vereadores para que todos aqueles que
queiram debater a matéria tenham essa oportunidade.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Eu gostaria de saber em que modalidade se insere, dentro desta nossa
discussão, a vinda ao microfone da Verª Celeste e do Ver. Pedro Ruas,
exatamente no momento em que vem o Diretor-Presidente do DMAE trazer os
esclarecimentos, e S. Exas, que suscitam a questão, saem do
Plenário, saem da Câmara para fazer uma representação que é absolutamente
teatral. Então, quero saber qual é o fundamento dessa participação no microfone
e do Requerimento que foi entregue, Sr. Presidente.
O SR. PEDRO
RUAS: Sr. Presidente, a observação do Líder do Governo é absolutamente
impertinente, na medida em que nós não requeremos a presença do
Diretor-Presidente do DMAE, que tem todo o direito de estar aqui; essa foi uma
iniciativa de Sua Excelência. Nós tínhamos uma agenda marcada, a Verª Maria
Celeste e eu, no Ministério Público de Contas. Nós nos ausentamos para levar
esse documento ao Ministério Público e voltamos. Jamais - jamais! -
cometeríamos a indelicadeza de pedir a presença do Diretor-Presidente e sairmos
no momento. Quando foi anunciado o seu comparecimento, já tínhamos a agenda
marcada.
A SRA. MARIA
CELESTE: Quero só reiterar que a agenda do Procurador-Geral do Ministério
Público de Contas, Dr. Geraldo Costa da Camino, é orientada e embasada conforme
disponibilidade do Ministério, e não desta Vereadora. Portanto, lamentamos a
colisão de agendas. Não faz parte, foi uma questão independente da nossa
vontade, mas estamos aqui com todas as nossas Bancadas, nossos Vereadores estão
representados, ouvindo atentamente e questionando, inclusive, o Diretor neste
momento.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, eu queria pedir a correção: a ação
do Ministério Público do Trabalho, Ação Civil Pública contra o DMAE, requer
dois milhões de reais em função de o DMAE não ter assinado um Termo de
Ajustamento de Conduta para garantir a segurança dos trabalhadores. São dois
milhões de reais. No meu discurso eu disse o valor errado, então quero que seja
corrigido nas notas taquigráficas e na Ata: o valor é de dois milhões de reais.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Já lhe concedo a palavra, Verª Sofia. Só quero
dizer que a função do Presidente é de sempre garantir o equilíbrio no debate.
Quando alguém pede uma Questão de Ordem, não me cabe perguntar se é ou não
Questão de Ordem, cabe-me assegurar o tempo para que a Questão de Ordem seja
formulada. Então, ficam feitos os registros, os debates na Casa; aliás, tem
sido assim.
A Verª Sofia Cavedon está com a palavra.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, cumprimento os Secretários, todos os funcionários que
aqui estão, os Vereadores; em primeiro lugar, digo que nós, como Bancada,
estamos solicitando ao Ministério Público que instaure inquérito civil e
investigue, porque a Polícia Federal diz que há indícios, mas que há fila, ela
está tratando de outros problemas referentes à Operação Solidária, mas que este
vai entrar na sequência. Nós temos a responsabilidade de solicitar a
investigação.
Segundo, nós... Eu tentei ir àquela exposição, é
verdade, Ver. Braz, há horas estamos pedindo os projetos. Espanta-nos e não
está explicada - é difícil sem, de fato, uma projeção técnica forte - a mudança
de 345 milhões para 586 milhões, uma vez descontada a inflação do período, isso
dá um acréscimo de 30% acima da inflação nas obras do Socioambiental, em torno
de 130 milhões. Considerando que as famílias da Vila dos Sargentos não estão
mais no Socioambiental, isso tem uma implicação ainda maior. Dentro disso, eu
pergunto - é uma das polêmicas: qual é, afinal, o diâmetro do emissário? Esse
que envolve um dos mais polêmicos valores. Qual o diâmetro desse emissário?
Qual foi a escolha?
Também pergunto: quais empresas foram recebidas
pelo Sr. Secretário Tatsch? Ele confirmou que recebeu essas empresas. Por que
não recebeu o Presidente da Associação do Aço, que teve que vir a esta Casa e
que critica a escolha do material? E por último: o Ver. Pujol fez aqui um
desagravo ao Geraldo Portanova - e aqui não é uma questão pessoal -, mas estou
com uma Ação Civil Pública por Ato de Improbidade Administrativa que o
Ministério Público entrou contra Flávio Vaz Neto, Geraldo Portanova e mais uma
série de senhores. Há aqui algumas das questões que indiciariam Geraldo
Portanova. Diz no texto que Flávio Vaz Neto, Geraldo Portanova, etc. e etc.
“promoveram apresentação de propostas fictícias em valores superiores ao
proposto pela Tops”, que acabou sendo contratada para fornecer uma série de
serviços e implementos na área do trânsito, os quais eu não vou perder tempo
citando.
(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Estou falando do Portanova, porque a Prefeitura está defendendo esse
senhor como Coordenador do Pisa. Depois, mais adiante, diz que a empresa
contratada, fraudada a licitação, porque apresentaram atestados
fictícios...Vereador-Presidente, o Líder do Governo não se aguenta e quer
interditar a fala dos outros! Diz lá adiante no texto que foram apresentados
orçamentos fictícios, e a empresa que foi contratada, dois dias depois de
assinado o contrato, recebeu 810 mil reais direto do Sr. Vaz Neto. E mais: que
o demandado Geraldo
Portanova Leal, que, na ocasião, era Diretor-Superintendente da Funcorsan,
atuou como intermediário entre Flávio Vaz Neto e o representante da empresa
Tops; também que o Sr. Portanova, conforme interceptações telefônicas
autorizadas judicialmente, foi quem intermediou os contatos do Flávio Vaz com
essas pessoas, com a Tops e etc. Diz que ele tratou, por intermediação do
Geraldo, do adiantamento para pagamento imediato dois dias depois.
Então, o Sr. Geraldo Portanova estava envolvido,
ele está respondendo, senhores, por Improbidade Administrativa, e nós todos
escutamos aqui: são muitos milhões, é uma obra enorme, é uma implicação
importantíssima, e ele foi nomeado pelo Prefeito Fogaça, sim, como
Coordenador-Geral do Pisa. Nós queremos saber se o Prefeito Fogaça e os
Secretários aqui presentes vão considerar esse senhor de reputação ilibada para
fazer essa coordenação, se, diante de tantas evidências, ele deveria continuar
neste cargo.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Sebastião Melo; nosso convidado Flávio Presser,
eu queria fazer cinco perguntinhas apenas. A Presidente da CPI, Deputada Stela
Farias, afirma que as interceptações existem. O senhor acredita na CPI ou são
apenas especulações políticas? A licitação referente à mudança de uma tubulação
que seria no leito do rio Guaíba foi modificada? Sim ou não? Por quê? O senhor
acredita que as catorze licitações, no âmbito do Pisa, foram transparentes? A
informação da imprensa de que foram direcionadas é verídica ou não? O senhor
conhece o cidadão conhecido por Marco Antônio Camino? O senhor se reuniu com
ele no ano passado, este ano, ou não? O senhor conhece cidadãos com estes
apelidos: Tico Butico, Campeão, Zé da Praça, Chefe do Terreiro? Cidadãos também
conhecidos como Gordo, Alemão, Dumbo, Cobra do Laboratório? O senhor conhece
algum cidadão com esses apelidos? São pessoas de boa índole? Ou o senhor não
conhece nenhum deles? Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Mario Manfro está com a palavra.
O SR. MARIO
MANFRO: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; gostaria, primeiramente, de
agradecer a presença do Diretor Presser, por ter nos trazido tantos
esclarecimentos, embora, infelizmente, muitos não queiram saber dos
esclarecimentos; muitos querem saber de denúncia, de denuncismo. Nós, do PSDB,
conhecemos bem essa prática, não me surpreende nem um pouco que isso esteja
sendo direcionado para outro alvo. Chama-me a atenção quando se fala tanto em
pessoas respondendo por improbidade administrativa. Em primeiro lugar, quero
crer que quem está respondendo não está condenado. E, em segundo lugar, eu
gostaria de lembrar que a Presidenta da CPI, Deputada Stela Farias, também
responde por improbidade administrativa. Então, quero crer que, por relação, se
não é uma pessoa ilibada - como disse a Verª Sofia - aquela que responde por
improbidade administrativa, consequentemente, a nossa Presidenta da CPI também
não é. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Diretor Flávio Presser, Engenheiro
Valdir Flores, funcionários do DMAE, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, recebam o meu abraço. Primeiro, quero aqui manifestar a minha
satisfação, Flávio, porque de pronto tu tens interesse em vir aqui debater. E o
papel do Legislativo é esclarecer os fatos, as discussões, porque esse é um
Projeto muito importante, grandioso. Então, eu elogio a tua vinda aqui, que é
importante para o esclarecimento, pois não podemos deixar qualquer dúvida sobre
a Cidade.
Vou-me resumir a fazer algumas questões. Se o
senhor tem condições de responder, obviamente eu ficaria muito satisfeito; mas
não querendo responder, também não há problema. Pergunto o seguinte: de quem
foi a indicação do Engenheiro Marins para coordenar o Pisa? Por que ele saiu?
Quais os motivos da saída do Engenheiro Marins da coordenação? Segundo: quem indicou
o Sr. Geraldo Portanova Leal para a coordenação do Socioambiental? Terceiro: o
senhor sabe se é prática da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e suas
autarquias e empresas discutir editais com alguns
empreiteiros previamente à publicação dos mesmos? Quarto: O senhor sabe ou tem
conhecimento se foi formada uma Comissão de empreiteiros e funcionários para
tratar da elaboração dos editais no DMAE? O senhor declarou na imprensa -
estávamos em um debate na TVCOM, na semana que passou - que foi contratada uma
consultoria para análise de custos. A quinta pergunta é: eles trabalham dentro
do DMAE? Ou em outro espaço? O senhor poderia declinar o nome da empresa, quem
são as pessoas que trabalham - pelo menos dois ou três técnicos - e o número do
contrato?
Faço uma outra
questão: o Pleno do TSE decidiu considerar ilegal a exigência de atestado de
empresa para habilitação em licitações. Por que o DMAE não acolheu a decisão?
Por que ainda recursou contra essa decisão no Pleno, que sabidamente restringe
a concorrência? Inclusive, este foi um pedido que o Geraldo da Camino,
Procurador do Ministério Público de Contas, fez a mim e ao nosso Presidente
também: que fizéssemos um esforço para que o DMAE aceitasse esta decisão, que
não estaria sendo cumprida. Por último, solicito cópia de todos os processos,
de capa a capa, do edital ao contrato, de todos os processos relativos às
licitações do Pisa e também a apresentação feita aqui hoje, Engenheiro Flávio.
Ainda peço a sua ajuda para a obtenção de cópia de sindicância aberta pela
PMPA, pela Centralizada, sobre o Conduto Forçado Álvaro Chaves, que foi um
processo em que vários técnicos foram chamados a responder, mas não se tem
notícia da conclusão dessa sindicância, que, creio, é um instrumento importante
e necessário para nossos debates. Obrigado pela atenção de todos.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Consulto se há
outros Vereadores ou Vereadoras que queiram usar a palavra. (Pausa.) Se nenhum
Vereador for usar a palavra... Depois que eu conceder a palavra ao Diretor
Presser, não vou mais conceder a palavra aos Srs. Vereadores.
O Ver. Dr. Thiago está com a palavra.
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente Sebastião Melo, ilustre Diretor
Presser, saúdo a sua presteza em vir a esta Casa esclarecer essas situações. Eu
vou retomar a minha fala da semana passada, vou sublinhá-la novamente.
“Superintendente da Polícia Federal [estou lendo
artigo de jornal] nega investigação contra o Governo Fogaça. Nenhum [nenhum!]
dos 16 Inquéritos da Operação Solidária citam o nome do Prefeito de Porto
Alegre José Fogaça.” [Nenhum!] “Nenhum cita obras executadas na Capital que
tenham algum desvio de recurso - garantiu.” [Isso quem fala não sou eu: quem
fala é o próprio Delegado Ildo Gasparetto. Palavras textuais dele.] “Não há
citação do nome do Prefeito José Fogaça nem de irregularidades em obras em
Porto Alegre na investigação da Operação Solidária, que apurou irregularidades
ocorridas nas Prefeituras da Região Metropolitana.” Diz o próprio jornal: “As
informações contradizem as mesmas referidas segunda-feira pela Presidenta da
CPI da Corrupção na Assembleia, Deputada Estadual Stela Farias, que dizia no
seu depoimento que as obras teriam sido fraudadas e estavam sob a investigação
da Polícia Federal”. E, aí, vem a público o Delegado Ildo Gasparetto e desmente
a Deputada Stela Farias.
Eu acho que não há necessidade de sublinhar - o
Ver. Mario Manfro já colocou aqui - as questões vinculadas à Deputada Stela
Farias, que tem que responder aos municipários de Alvorada sobre algumas
situações vinculadas ao Banco Santos. É importante
citar - na semana passada eu já ouvia - a frase importante que tomou conta da
cidade de Porto Alegre, frase vinculada ao futebol, que é uma paixão nacional e
muito gaúcha, o Presidente do Grêmio dizia assim, Ver. Brasinha: “Ninguém
escala o Grêmio! Quem escala o Grêmio é o próprio Grêmio!”. Quem pauta esta
Casa são os Vereadores e os munícipes de Porto Alegre e não a Deputada Estadual
Stela Farias! Isso é importante que seja dito, porque, se a Deputada,
efetivamente, quiser pautar esta Casa, ela tem que concorrer a Vereadora e não
ser Deputada Estadual! Mas, certamente, vão faltar alguns votos para os nossos
ilustres colegas Vereadores do PT. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Valter
Nagelstein está com a palavra.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras;
Diretor-Presidente do DMAE, Flávio Presser; Srs. Diretores dessa importante
autarquia do Município e tão imprescindível para a qualidade de vida de todos
nós, porto-alegrenses, a qual nos orgulhamos em propalar em todos os momentos,
em todos os lugares. Eu, Presidente, acho que são evidentes as razões que movem
cada um aqui no seu intento, elas estão translúcidas, e a população já fez o
seu juízo. Ainda na quinta-feira, estávamos num debate no programa Conversas
Cruzadas - eu, o Diretor Flávio Presser, o Ver. Todeschini e o Ver. Comassetto.
E lá, por uma dessas coincidências meio estranhas que têm acontecido
ultimamente, inverteram o resultado da pesquisa. No dia seguinte, a Direção do
programa, o Diretor do programa, o Carbonera, num gesto - que agradeço - de
correção, de ética jornalística e de humildade, Vereadores, ligou para cá
dizendo o seguinte: “Olha, pela primeira vez na história do programa, nós nos
equivocamos”. E, no dia seguinte, o jornalista Cláudio Brito teve a mesma
humildade em dizer que esse foi quase que um daqueles erros irreparáveis, mas
que, felizmente, tiveram como reparar. Porque as pessoas todas fazem a leitura
correta deste triste momento que nós estamos tendo a obrigação
de secundar, eu diria, porque não somos nós que o estamos protagonizando.
Quando, de fato, se tratar de críticas ou de denúncias sérias, sim, nós
gostaríamos de protagonizar.
E eu reclamo: este mesmo protagonismo faltou aos
Vereadores do PT, porque todos esconderam a sua indignação cidadã quando o
Delúbio, que era tesoureiro do Partido; quando o José Genoíno, que era
Presidente do Partido; quando o José Dirceu, que trabalhava na sala ao lado da
do Presidente da República, foram denunciados no maior - maior! - escândalo de
corrupção que já assolou este País! E eu não vi os arautos da moral e dos bons
costumes, esses que detêm a obrigação de lutar pela coisa pública, aparecendo.
Não vi! Estranhei o silêncio, e estranhou mais ainda a cidadania aí da rua;
inclusive, grande parte da militância do Partido dos Trabalhadores, que viam os
cristais da sua esperança absolutamente quebrados, estraçalhados, nessa atitude
de subserviência de militantes partidários que colocaram os seus interesses de
militantes acima dos interesses da ética e da dignidade, que todos devem
perseguir e preservar.
Novamente aqui são interesses político-eleitorais
do momento, de ocasião, que se dirigem agora contra o Prefeito José Fogaça, com
o intuito de atingi-lo, de macular a honra de um homem sério! Mas, mais uma
vez, “vão dar com os burros n’água”, porque são absolutamente ineptos os
argumentos trazidos. Nesse sentido, Sr. Presidente - eu concluo -, o pedido que
foi formulado pela oposição nesta Casa já recebeu de forma absolutamente
independente, Srs. Vereadores, o parecer negativo da Procuradora-Geral da
Câmara de Vereadores. Aqui está. (Mostra documento.) E o processo é público,
não cabe Comissão Externa, como foi pretendido, para isto que estão
pretendendo: para utilização política de um instrumento sagrado que os
Vereadores têm à sua disposição. Da mesma forma, não cabe a pleiteada ou a
pretendida CPI! E o processo é público, Verª Maria Celeste, Vereadores e
Vereadoras! Nós não pegamos processos na calada da noite e extraímos,
desentranhamos de dentro do processo, peças que estão em segredo de justiça
para torná-las públicas, ofendendo a honra e a dignidade de outras pessoas,
como estão fazendo!
(Aparte antirregimental do Ver. Mauro Pinheiro.)
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Os seus colegas, Ver. Mauro Pinheiro, os seus colegas! O Ver. Carlos
Todeschini fez isso na televisão e na Rádio Gaúcha; eu ouvi. O Ver. Comassetto
estava junto e disse que o PT é um só. Eu também acredito que o PT seja um só:
esse que, quando são para ele, as coisas não valem; quando são para os outros,
eles querem a punição mais severa, inclusive ferindo a lei, o decoro, ferindo o
segredo de justiça e cometendo crimes, Ver. Pedro Ruas, contra a administração
da Justiça!
Concluo, Sr. Presidente, dizendo que o processo - o
Requerimento assinado pela Verª Celeste e secundado pela Bancada do PSOL - já
recebeu parecer contrário da Procuradoria da Câmara. Da mesma forma, como
também interessa a nós a transparência, está aqui o Diretor Presser, estão aqui
todos os Diretores do DMAE, estão publicadas e públicas na Internet todas as
informações, Secretário Idenir
Cecchim, Secretária Clênia Maranhão. E mais: nós queremos, sem necessidade de
Requerimento, Ver. Pedro Ruas, alcançar a V. Exª todas as
cópias - absolutamente todas as cópias! - dos contratos, dos editais de
licitação, de tudo, absolutamente de tudo que for requerido, porque a nossa
prática não consiste em jogar a sujeira para debaixo do tapete. Muito obrigado,
Srs. Vereadores. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Mauro Zacher está com a palavra.
O
SR. MAURO ZACHER: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos acompanha nas galerias e também
pela imprensa, quero fazer uma saudação especial ao nosso ilustre convidado, o
Diretor Flávio Presser. Quero dizer a V. Sa, Diretor Presser, que,
por ora, a nossa Bancada está perfeitamente de acordo com suas explicações.
Vossa Senhoria tem se mostrado sempre disponível, não é a primeira vez que
discutimos alguma dúvida que tenha ficado. Trata-se de um projeto de muito
impacto, envolve muitos recursos, e é natural a cobrança, é natural que o
Legislativo faça aqui o seu papel principal, o de fiscalização.
A segunda questão é sobre algo que
tenho manifestado há algum tempo. Eu me recordo de alguns casos recentes que
passaram pela imprensa, e aí eu faço uma cobrança e uma reflexão junto às
Vereadoras e aos Vereadores desta Casa. Se nós nos recordarmos, recentemente
houve o caso do Economista César Benjamin: relata a imprensa uma conversa de
quinze anos atrás e expõe ao Presidente Lula... A Folha de São Paulo dá uma
pagina a esse artigo, sem o mínimo de checagem das informações e colocando a
público a imagem do Presidente da República. Quero lembrar aqui também um outro
caso que me revoltou, Ver. Sebastião Melo: recentemente apareceu no jornal
Folha de São Paulo - na capa do jornal! - uma ficha do DOPS, da Ministra Dilma.
Depois, então, a Folha de São Paulo falou: “Olha, nós não podemos garantir a
autenticidade, se é verdadeiro ou não”. E está exposta a imagem pública da
Ministra Dilma.
Quero trazer isso às Sras Vereadoras e
aos Srs. Vereadores porque sou de uma geração que herdou o compromisso de
garantir a democracia neste País, uma geração que sabe o papel fundamental da
imprensa para a garantia da democracia em nosso País. Agora, essa imprensa
livre também não pode passar por cima das exigências éticas necessárias para o
bom andamento da imprensa. Então, faço esta reflexão porque é importante.
Cautela nesses momentos é importante. Está aqui o Diretor Flávio Presser,
estamos nós Vereadores aqui e hoje, tendo a oportunidade de fazer todos os
questionamentos importantes. Creio que, em relação às denúncias, tem de haver
mais cautela por parte da imprensa, quando expõe projetos e pessoas públicas.
Faço essa reflexão no sentido de que possamos, Diretor Presser, contar com a V.
Sa para qualquer tipo de explicação. Sei que, se necessário, o
senhor virá de novo a esta Casa, sabemos da importância que este Projeto tem
para a Cidade. Saiba que, por ora, a Bancada do PDT está muito contemplada com
suas explicações. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Sebastião Melo): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra.
O SR. PEDRO
RUAS: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; ilustre Diretor-Geral do DMAE, Dr.
Presser; Vereadoras, Vereadores, serei breve, o tempo é curto. Dirijo-me
diretamente ao Ver. Valter Nagelstein, que referiu meu nome. O Vereador dizia
que, no escândalo do Mensalão, com José Dirceu, com Delúbio, com Sílvio Pereira
- o “Silvinho Land Rover”-, não ouviu a voz da ética reclamando, questionando,
denunciando. Não ouviu porque não quis! Porque a Senadora Heloisa Helena estava
lá denunciando, porque a Deputada Federal Luciana Genro - ambas do PSOL, Verª
Fernanda - estava lá denunciando. Todo o PSOL estava na rua denunciando:
denunciando o Zé Dirceu, denunciando o Delúbio, denunciando o “Silvinho Land
Rover”; denunciando todos eles, toda a quadrilha, todos os mensaleiros! Nós
estávamos lá denunciando. Inclusive eu e a Verª Fernanda, pessoalmente,
estávamos em Brasília denunciando, como fizemos aqui.
Sobre esses fatos, Vereadores e Vereadoras, a Polícia
Federal nos traz um dado importante: há uma investigação. Eu já disse nesta
tribuna que não podemos abrir mão do nosso papel de fiscalização. Não podemos
abrir mão! Não é uma prerrogativa somente, é uma obrigação nossa, e nós vamos
cumprir. Eu quero fazer uma pergunta clara e objetiva ao Diretor-Geral, mas
antes questiono o seguinte: se essas afirmações do PMDB em relação ao PT têm,
de fato, um conteúdo verdadeiro e nacional, como é que vai se dar essa aliança
nacional? Porque os jornais estão noticiando que a candidata do PMDB é a
Ministra Dilma Rousseff, e que o vice dela é do PMDB! Pobre País, Verª
Fernanda! Diretor Presser, o Secretário da Fazenda Cristiano Tatsch disse para
diversos órgãos de imprensa, principalmente para os jornais Zero Hora, O Sul e
Jornal do Comércio, que teve uma conversa com o Sr. Marco Antônio Camino, em
que ele - o Sr. Marco Camino - teria reclamado dos preços praticados na
licitação, dizendo que seriam baixos, segundo o empresário. E disse, o
Secretário da Fazenda, que teria se dirigido ao senhor para lhe transmitir a
inconformidade do empresário Marco Camino. A pergunta que lhe faço é esta, está
dividida em duas partes: primeira, a reunião do Secretário Cristiano com o
senhor ocorreu? Segunda, qual é o conteúdo dessa reunião? Fecho o
pronunciamento dizendo o seguinte: se foi uma reunião reivindicatória de preços
por parte do Secretário da Fazenda, isso caracteriza delito previsto no Código
Penal de Advocacia Administrativa - se foi reivindicatória em relação a preços
em nome dos empresários. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Maria Celeste está com a palavra.
A SRA. MARIA
CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, Diretor
Flávio Presser, agradecemos a gentileza de estar conosco nesta tarde, nós temos
algumas questões, sim, que nos preocupam e muito. Por isso, quando vimos as
denúncias veiculadas pela imprensa local, nós nos preocupamos imediatamente em
cumprir com a principal atribuição da Câmara Municipal de Porto Alegre: a
fiscalização. As denúncias levam a entender que há um favorecimento, um
direcionamento nos editais para as licitações do Projeto Socioambiental, e isso
nos preocupa. Nós precisamos de respostas, Diretor; respostas claras.
Queremos saber por que o Secretário Cristiano
Tatsch vai para a imprensa e afirma e reafirma que, de fato, houve reunião com
o empresário e que o conteúdo dessa reunião foi repassado a V. Sa,
para que pudesse verificar a possibilidade de incorporar essas questões, quem
sabe, levando a um direcionamento, a um favorecimento. Houve, por parte do
Secretário Cristiano, essa solicitação? Qual empresário fez essa reivindicação?
Qual foi o motivo que levou o Secretário a externar essa reunião com o
empresário? Isso é uma prática comum na Prefeitura Municipal de Porto Alegre?
Tem sido rotineira essa questão de, ao haver licitações, editais em andamento,
em curso, os Secretários receberem os empresários, encaminharem as
reivindicações não só para Vossa Senhoria - que está respondendo diretamente
por esse Programa -, mas quem sabe para tantos outros? Uma outra questão que
também não está clara para nós: houve contratação de assessorias e consultorias
para elaborar a planilha de custos, orçamentos, enfim? Quais empresas foram
contratadas nesse sentido?
O que mais nos preocupa é que esta Casa autorizou
aditamentos de operações de crédito, adicionando ao projeto inicial mais de 130
milhões de reais no total das operações de crédito - isso foi votado e aprovado
nesta Casa. Ao mesmo tempo, o projeto retira partes importantes, como o Parque
Linear do Arroio do Salso, o Parque do Morro São Pedro, a remoção de 250
famílias da Vila dos Sargentos, enfim, são questões pertinentes ao projeto.
Agora, de fato, “quem escala o time tem que estar preocupado com o seu time”.
Quem escalou o time para estar na Prefeitura foi o Prefeito Fogaça, quem
contratou e chamou para trabalhar na Prefeitura o Sr. Geraldo Portanova foi o
Prefeito Fogaça. Portanto, essas questões levantadas pelos outros Vereadores, e
eu não vou repeti-las aqui porque o tempo é curto, têm que ser também levadas
em consideração.
Eu só queria responder aos Vereadores que vieram
aqui também fazer considerações a respeito da nossa Deputa Stela Farias: a
Deputada Stela não está respondendo processo por formação de quadrilha! Não
está respondendo processo por corrupção passiva! Não está respondendo processo
por fraudes em licitações! Ela responde uma questão relacionada ao Banco
Santos, e mais de quinhentos Municípios no País estão respondendo. E mais do
que isso, Ver. Valter Nagelstein: inclusive a Fundação Banrisul responde o
mesmo processo, assim como a Associação dos Funcionários do Banco Central. E,
para sua tranquilidade, Vereador-Líder do Governo, a Deputada Federal esteve
hoje, também, junto ao Tribunal de Contas do Ministério Público, entregando as
provas, os áudios coletados na CPI, para que, de fato, se dê curso à
investigação necessária, inclusive na Polícia Federal. Portanto, podemos ficar
tranquilos quanto à continuidade desse processo, mesmo que, aqui nesta Casa, já
exista, preliminarmente, uma vontade, um desejo de sequer se constituir uma
Comissão Externa, algo que, para qualquer outra situação mais leve do que isso,
do que a possibilidade de fraude, denúncias sérias sendo veiculadas, já se fez
nesta Casa. Nós já sabemos, somos minoria aqui nesta Casa. Vamos manter o nosso
Requerimento, vamos manter a nossa preocupação, não vamos nos omitir da
principal atribuição de um Vereador ou de uma Vereadora em qualquer cidade,
especialmente na cidade de Porto Alegre, que é fiscalizar o Executivo local.
(Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Toni Proença está com a palavra.
O SR. TONI
PROENÇA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
Srs. Secretários do Município de Porto Alegre, Sr. Diretor Flávio Presser,
senhoras e senhores; o Diretor Flávio Presser tem um currículo e uma história
pública invejável e inatacável, por isso venho a esta tribuna, com muita
confiança, dizer o que vou dizer daqui para frente. Quando surgiram as
denúncias e os possíveis indícios de que nós tratamos aqui hoje o dia todo, o
Diretor do DMAE, Flávio Presser, se dispôs, imediata e voluntariamente, a vir
aqui. Não houve nenhuma convocação, não houve nenhum pedido para que ele
estivesse aqui, e aqui está ele, enfrentando não só o debate dos números do
edital do Programa Socioambiental como o resto do debate a que temos assistido
aqui. Por isso tenho certeza de que vale aqui aquele velho ditado que diz que
“quem não deve não teme”.
Quero dizer ao Diretor Presser que nós, da Bancada
do PPS, estamos confiantes de que as coisas se deram assim mesmo como V. Sa
colocou, com a transparência que está proposta em todas as ações do DMAE com
relação ao Programa Socioambiental. Só faço um pedido ao senhor: mantenha-se à
disposição desta Casa, para que possamos obter todas as informações, a fim de
que não pairem dúvidas sobre esse processo tão importante para a nossa Cidade.
Não vou usar os meus quatro minutos, porque, para falar de gente de bem, a
gente precisa de pouco tempo. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Paulinho Ruben Berta está com a palavra.
O SR. PAULINHO
RUBEN BERTA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nosso
Diretor Flávio Presser, toda a Direção do DMAE e, em especial, Governo Fogaça:
se admitirmos que o que tentam passar para a sociedade porto-alegrense tem o
mínimo de verdade ou de indício, estaríamos admitindo que a Caixa Econômica
Federal, que acompanha o processo, que vem dando sustentação ao DMAE e a todas
as licitações, está comprometida. Isso é uma barbaridade do tamanho do mundo! O
que se avizinha? Um período eleitoral. Estão tentando macular uma Administração
séria que trabalha pela cidade de Porto Alegre e que vem buscando o melhor para
os porto-alegrenses. Estão buscando argumentos para, daqui a seis, sete meses,
tentar jogar isso na imprensa, para tentar convencer a população do Rio Grande
do Sul e, em especial, a de Porto Alegre.
O Diretor Flávio Presser, de uma idoneidade que
duvido que alguém queira colocar em questionamento, prontamente veio a esta
Casa para responder todas as perguntas e não deixou dúvidas. O Governo Fogaça
determinou que fosse feita uma auditoria pelo Tribunal. Está tudo à disposição.
E aí se vão os argumentos daqueles que dizem que existem indícios! Bom,
qualquer um pode dizer o que quer. Agora, eu quero ver dizer e provar! Não se
pode jogar a honra das pessoas, o trabalho de anos e anos das pessoas ao léu,
como se essas pessoas fossem corruptas, isso ou aquilo! Quero deixar bem claro
uma coisa: Porto Alegre tem a Administração que merece, que conquistou nas
urnas, no voto e no trabalho, e foi reeleita, é coisa inédita em Porto Alegre o
que aconteceu. Nunca um Prefeito em Porto Alegre foi reeleito, este foi
reeleito pela sua competência, pelo seu trabalho e porque a população estava
pronta para isso, concordou com o trabalho e quis continuar avançando. Hoje
existe uma série de acusações sobre a Deputada Stela e o Palácio Piratini, mas
prova ninguém viu até agora. Será que vamos armar o mesmo circo na Prefeitura
de Porto Alegre? Será que nós vamos entender, vamos calcular que a população é
tão ingênua assim que nós vamos fazer com que se acredite, de novo, em
indícios? Bom, se são indícios, não poderiam ter vindo à tona, porque, se está
em segredo de justiça, está se cometendo um crime aí se falando em indícios.
Cadê as provas? Quem é que tem alguma coisa física a mostrar, que nós possamos
olhar?
Parabéns, Diretor Flávio Presser; parabéns para o
senhor, para a Direção do DMAE e para a Prefeitura Municipal de Porto Alegre,
que prontamente está aqui, respondendo ao pé da letra. Se alguém tiver algum
indício, traga-me, serei o primeiro a também cobrar. Mas o senhor trouxe aqui
as explicações, eu me dou por satisfeito. O seu Partido, o PPS, está com o
senhor, acredita no senhor e vai continuar acreditando que o senhor é um homem
idôneo, e o DMAE tem técnicos competentes para isso! A Caixa Econômica, pelo que
eu saiba, até hoje é uma das instituições neste País com maior credibilidade.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, são 17 horas, nós temos Ordem do
Dia hoje, várias matérias têm de ser enfrentadas. Quero fazer um apelo aos
Vereadores, porque nós precisamos enfrentar ainda hoje a Ordem do Dia, de
acordo com a combinação que fizemos. Já quinze Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores se manifestaram, e é evidente que eu vou garantir a palavra a
todos, mas quero apenas lembrar que, quanto mais nós nos estendermos neste
assunto, mais iremos noite adentro na Sessão Extraordinária. O combinado é até
às 19h30min.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, meu caro
colega Engenheiro Flávio Presser, meus cumprimentos por ter vindo
espontaneamente à Casa do Povo de Porto Alegre prestar esclarecimentos; meus
cumprimentos por ter colocado, no site
do DMAE, todas as informações para alguém que quiser pesquisar. Infelizmente,
nós vivemos numa sociedade em que a imprensa noticia - não inventa notícias,
vamos esclarecer -, traz indícios, e os políticos, em cima das notícias que
estão na imprensa, tentam formar mais notícias. De qualquer forma, eu quero
cumprimentá-lo pela excelência do trabalho prestado pelo DMAE, pela melhoria da
execução orçamentária inclusive, que eu acompanho bastante, e pelo carinho com
que as coisas, na nossa Cidade, em matéria de saneamento, são tratadas. Continue
com o mesmo entusiasmo, continue acreditando no que está fazendo, e nós vamos
ter uma Porto Alegre saneada o mais breve possível! Saúde, paz e sucesso!
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Luciano Marcantônio está com a palavra.
O SR. LUCIANO
MARCANTÔNIO: Diretor Presser, gostaria de saudar a sua presença aqui e elogiar a
forma esclarecedora da sua exposição. Isso é muito importante, essa postura tem
sido característica do Governo Fogaça, que é um Governo legítimo,
representativo e que exerce, com muita sabedoria e competência, a prática
cidadã. Quando o senhor vem até esta Casa, que é a Casa do Povo, trazer
esclarecimentos relativos às questões que surgiram sobre o DMAE, o senhor está
assumindo essa postura, por isso nos honra muito fazer parte e ser, aqui na
Casa, a base de sustentação deste Governo.
Nós, que somos uma geração nova, que estamos
começando recentemente a caminhada como parlamentar... Eu fico muito triste em
ver, às vezes, as disputas eleitorais. Vejo a ansiedade com que a oposição
procura colocar os assuntos, de uma forma muito acelerada, muito precipitada,
sem se preocupar com a questão ética e sem se preocupar com a dignidade das
pessoas. Eu acho que a oposição, independente de ser hoje o PT, o PSOL, porque
amanhã pode ser o PDT, o PMDB... Para nós termos uma classe política cada vez
mais madura, para nós termos uma classe política cada vez mais respeitada pela
sociedade, quem for oposição tem que ter muita cautela, muito cuidado antes de sair
acusando, antes de sair falando em corrupção. Senão, cada vez mais vamos
afastar a sociedade da política, cada vez mais pessoas de boa índole não vão
querer fazer política, cada vez mais a classe política vai ser um espaço
somente para as pessoas que querem se aproveitar do dinheiro público, e esse
não é o seu caso, não é o caso do nosso Prefeito José Fogaça. Este é o recado
que eu queria deixar: que a oposição tenha mais responsabilidade na hora de vir
fazer um discurso aqui, porque não basta e não é produtivo do ponto de vista
político fazer uma série de denúncias infundadas para depois buscar um espaço
na mídia. Eu acho que esse maniqueísmo de fazer denúncia sem solidez, acusação
sem prova, para buscar espaço na mídia ou para começar denegrir a imagem de um
homem pública, visando a uma eleição, é uma prática que nós jovens temos que
abolir da política. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero registrar a presença do Secretário Clóvis
Magalhães, que se encontra aqui no plenário; do Ver. Paulo Marques; do nosso
querido Professor Sérgio Zimmermann, seja bem-vindo à nossa Casa, V. Sa
muito tem contribuído com o trabalho dos Vereadores.
O Ver. João Pancinha está com a palavra.
O SR. JOÃO
PANCINHA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público
que nos assiste, prezado Diretor Flávio Presser, eu quero saudar a iniciativa
de V. Sa ter se colocado à disposição para vir a esta Casa
esclarecer possíveis irregularidades a respeito do Programa Socioambiental.
Durante quatro anos estive no Departamento de Esgotos Pluviais, e em muitas
ocasiões tivemos parcerias com o DMAE possibilitando o incremento de programas,
de projetos que vieram e vêm beneficiar a grande comunidade de Porto Alegre.
Atesto o trabalho que é desenvolvido pelo DMAE, pelo corpo técnico, pelos seus
Diretores, pela Diretoria do Departamento Municipal de Água e Esgotos.
Participei de várias reuniões do Socioambiental, inclusive o DEP tem uma
participação muito grande no Socioambiental, no arroio Cavalhada.
Eu venho parabenizar a postura adotada por este
Governo. Há alguns meses esteve nessa mesma cadeira que V. Sa se
encontra o Secretário Eliseu Santos, prestando os mesmos esclarecimentos.
Agora, tão logo saíram essas infundadas manifestações, o Diretor Presser junto
com o Secretário Clóvis Magalhães foram até o Tribunal de Contas pedir uma
auditoria no Socioambiental, e hoje o Diretor está aqui presente prestando os
esclarecimentos que os Vereadores julgam necessários serem feitos. Essa é a
postura de quem não teme! Essa é a postura de quem executa, de quem faz e de
quem não teme esse tipo de denúncia vazia.
Eu quero saber quem virá a esta Casa responder como
vazam as provas, como vazam documentos que estão em sigilo nos processos. Quem
virá a esta Casa responder a esta indagação? A colocação do meu amigo, nobre
Ver. Pedro Ruas, foi de que, se houve a reunião do Secretário Cristiano Tatsch com determinado empresário, isso constitui crime, eu
pergunto...
(Aparte antirregimental.)
O
SR. JOÃO PANCINHA: Não foi isso? Então, entendi mal.
Porque nós, desta Casa, recebemos o Sindicato do Aço e levamos até o Diretor
Presser justamente as reivindicações e promovemos esse encontro para
solucionar, para sanar, para haver os esclarecimentos necessários.
Então eu quero aqui saudar mais uma vez
a presença de V. Sa, Engenheiro Flávio Presser. Continue firme nesse
propósito de executar o Socioambiental; de executar as obras de que Porto
Alegre precisa, obras que irão transformar praticamente 80% do esgoto tratado
de Porto Alegre e que trará de volta a balneabilidade do Guaíba. Continue nesse
firme propósito, pois V. Sa terá o apoio desta Casa com certeza.
Muito obrigado e um abraço. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Beto Moesch está com a palavra.
Estou colocando isso,
Ver. Ferronato, porque o Programa Integrado Socioambiental iniciou ainda na
gestão anterior e foi sempre muito acompanhado, Ver. Haroldo de Souza, por esta
Casa. Foi aqui neste Plenário que se deu a Audiência Pública, em 2001, para se
conseguir a licença prévia do empreendimento. Vejam, portanto, o envolvimento
desta Casa, da sociedade e de vários Governos, para que pudéssemos chegar aos
dias de hoje, Diretor Presser, quando já estamos diante da execução da maior
obra da história de Porto Alegre, Ver. Dr. Raul. Uma obra que tem como
princípio básico não apenas o tratamento de esgotos, mas o reassentamento de
famílias que vivem em áreas de risco; tem como princípio a preservação dos
anéis de nascentes lá do Morro São Pedro. Portanto é, sim, um programa
tipicamente, Ver. Mauro Pinheiro, socioambiental, porque cuida da questão
social e ambiental e alavanca economicamente a cidade de Porto Alegre.
Eu queria apenas, já
concluindo, dizer: há embates - e existem, Ver. Braz -, mas o socioambiental é
um Programa muito fiscalizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, que
não empresta absolutamente nada sem analisar vírgula e ponto e
vírgula de cada item. Eu pude ver, como Secretário na época, a rigidez do Banco
Interamericano. A mesma coisa é com relação à Caixa Econômica Federal. E, Ver.
Mauro Zacher, isto tem que ser dito, por mais diferenças que tenhamos: há
rigidez do Prefeito Fogaça. Podem dizer o que quiserem dele, mas ele é uma
pessoa extremamente séria, íntegra e honesta, ninguém pode dizer o contrário.
Por isso o Presser continua lá, à frente do DMAE. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Nilo Santos está com a palavra.
O SR. NILO
SANTOS: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; nosso Diretor Presser; Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, senhores e senhoras que nos acompanham,
eu gostaria, inicialmente, Ver. Comassetto, de dizer para o senhor que nós
vivemos num País e num mundo em que toda pessoa é inocente até que se prove o
contrário. Para algumas pessoas, todos roubam, todos são ladrões, como se a
honestidade pairasse somente sobre a sua cabeça. Portanto, vai aqui a
solidariedade do Partido Trabalhista Brasileiro, do PTB, ao Engenheiro
Portanova e a toda essa equipe que tem trabalhado diante desse enorme projeto,
Ver. Pujol. Vai a nossa solidariedade.
Em segundo lugar, Ver. Mauro Pinheiro, Ver.
Todeschini, que já foi Diretor do DMAE, compreendemos que toda a economia que
foi apresentada aqui pelo nosso Diretor Presser e a grandeza desse Programa,
Ver. Beto Moesch, provocam uma inveja. “Quem me dera que isso tivesse ocorrido
no meu tempo de DMAE!” Mas uns plantam, outros regam, e outros colhem, e outros
vão lá e se alimentam ainda. Assim é a vida, Ver. Todeschini, faz parte do
processo democrático. Hoje quem está comandando essa maravilha de Programa é o
nosso Diretor Presser. Ele é um homem honesto e sincero. E, outra: o grande
gestor disso tudo é o primeiro Prefeito reeleito nesta Capital, que se chama
José Fogaça. Parabéns a ele! O povo decidiu que ele deviria continuar, e ele
continua. É um homem tranquilo, honesto e trabalhador.
Portanto, essa inveja não pode tirar o brilho do
Programa, Ver. Todeschini, porque nesse Programa também tem o brilho do próprio
Governo Federal. Isso é um brilho de toda a Cidade, Ver. Pujol, isso é um
presente para Porto Alegre, Ver. Todeschini e Ver. Mauro Pinheiro, é um
Programa nosso. Para que tentar impedir ou atrapalhar o desenvolvimento e o
progresso desse Programa? Para que? Isso não é oposição séria! Vamos com calma!
Vamos com calma, Ver. Todeschini, porque eu acredito, por exemplo, na inocência
do Raul Pont, do Elvino Bohn Gass, que estão sendo acusados aí. Portanto, as
coisas... Eu acredito na inocência deles até que me provem o contrário, Ver.
Pujol! Porque é muito fácil atacar a honra das pessoas! É muito fácil acusar as
pessoas! São atitudes levianas, fazem acusações levianas, esquecendo que as
pessoas têm família, têm parentes, esquecendo que as pessoas têm honra! É muito
fácil atacar e dizer que Fulano roubou aqui, que Sicrano roubou lá! Vamos parar
com essa palhaçada! Vamos parar com esse negócio!
E eu vou usar, Ver. Paulinho Ruben Berta, aquele
ditado: deixem os homens trabalharem, já que são eles os escolhidos pelo povo.
Parabéns pelo Programa! Parabéns pelo trabalho, meu Diretor Presser! Receba a
nossa solidariedade, estamos juntos nisso, porque isso é desenvolvimento para a
Cidade, e desenvolvimento, às vezes, gera inveja em outras pessoas. Obrigado,
senhoras e senhores. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, Diretor Flávio Presser, demais Secretários - Clênia Maranhão; nosso
Secretário da SMIC, Idenir Cecchim; também estava presente o nosso Secretário
Clóvis Magalhães -, nosso boa-tarde a todos, sejam muito bem-vindos à nossa
Casa. Ver. João Dib, parece que o assunto é bastante preocupante, hoje temos um
grande número de Secretários presentes em nossa Casa. É
bom porque mostra a preocupação do Município com os problemas da nossa Cidade.
Agora escutei muito
aqui a situação dizendo que a oposição tem que ter cuidado com o que fala, com
o que acusa, dizendo que devemos ter cuidado. Com certeza, Ver. João Antonio
Dib, temos que ter cuidado para não acusar e nem criar manchetes de jornal, mas
essa noticia não foi plantada pelo PT nem pela oposição. Essa notícia está aqui
no jornal, Ver. João Antonio Dib. (Mostra o jornal.) Aqui diz que, segundo o
Superintendente da Polícia Federal, Ildo Gasparetto, o caso faz parte da lista
de suspeitos gerada pelo desdobramento da Operação Solidária, e que está na
fila, que só não foi aberto ainda um processo, que a investigação não continuou
porque está na fila, devido ao grande número de processos que há. Eles têm muito
trabalho, parece que há muita investigação em nosso Estado, há muita coisa para
investigar, Ver. Nilo Santos. Está na fila e vai ser investigado pela Polícia
Federal. Então, não vamos vir com essa história no sentido de que isso é coisa
da oposição, que é disputa eleitoral. Está aqui, e, pelo que eu sei, o Sr. Ildo
Gasparetto não é filiado ao PT nem faz parte da oposição. Temos que o
respeitar, e, se ele está dizendo, é porque existem indícios, que vão ser
investigados no momento oportuno.
Também nos preocupa,
Diretor Presser, quando se fala que houve uma reunião dos Secretários com
empresas que têm interesse. Isso é preocupante, Ver. João Antonio Dib. Como num
processo licitatório vamos nos reunir para ver com as empresas o que devemos
fazer, como deve ser feito? É isso? Eu não acredito que isso tenha sido feito.
Gostaria que fosse melhor explicada essa reunião que houve, dos Secretários, se
houve essa reunião, como foi essa reunião...! E, além do mais, nós não queremos
que o Diretor nos fale o que está no site,
porque o site podemos acessar e ver o
que está lá. Nós queremos é saber realmente o que não está site, Ver. Valter Nagelstein, sobre esses telefonemas que dizem que
há, ou não... É preciso investigar esses telefonemas, investigar o que foi
feito e falado nessa reunião. O Dr. Thiago usou uma metáfora do futebol, falou
que quem escala é o técnico, que é o Prefeito que escala o time. E o Ver.
Haroldo de Souza, que entende bastante de futebol - eu sou fã do Vereador
narrando o jogo -, sabe que, quando o treinador não está bem, a torcida pode
pedir para o treinador sair. Então, Prefeito Fogaça, cuidado!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Dr.
Raul está com a palavra.
O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente, Ver.
Sebastião Melo; Diretor do DMAE, Secretários aqui presentes, Srs. Vereadores e
Sras Vereadoras, todos que nos assistem, eu não pude me furtar de
vir aqui, porque, como médico e como Vereador, vejo a grandiosidade do nosso
Socioambiental. Isto me deixa muito feliz: estar num ambiente, estar
participando, na realidade estar fiscalizando também um empreendimento dessa
magnitude, algo que vai trazer qualidade de vida para Porto Alegre, pois o
nosso esgoto irá a 80% de tratamento. Isso não é coisa que se veja todo dia. E
quem está à frente desse processo é o Governo Fogaça, é o Diretor Flávio
Presser, que está conduzindo isso, um homem que faz com que as coisas realmente
aconteçam positivamente. E as obras estão andando, as coisas estão acontecendo
na Cidade. Então, como estamos vendo, estamos ganhando qualidade de vida,
estamos ganhando, na realidade, aquilo que vimos perdendo há mais de trinta
anos, que é a nossa relação positiva com o nosso lago - eu sou um daqueles mais
antigos, que tomou banho no lago, ali na Pedra Redonda. Nós vamos voltar a ter
essa condição, nós vamos ter a balneabilidade das águas. E isso se deve a quem?
Deve-se ao Prefeito Fogaça, ao nosso DMAE, a todos esses empréstimos, à
fiscalização que é feita.
Eu não posso deixar
de fazer este reconhecimento público, porque nós já ouvimos algumas coisas
sobre o Conduto Álvaro Chaves e vimos no que deu. Está aí o Conduto Álvaro
Chaves prestando um excelente serviço para a Cidade. Quanto tempo a Cidade
passou sem o Álvaro Chaves? E o DEP foi lá, assumiu; o Prefeito Fogaça foi lá,
fez, o meio ambiente foi respeitado, e agora, com as grandes chuvas e
inundações, onde estão aqueles alagamentos? Já não aparecem mais. Isso se deve
à competência administrativa e à competência técnica que temos demonstrado na
gestão do Governo José Fogaça. Eu acredito que o fato de o nosso Diretor Flávio
Presser estar aqui reforça a transparência desse processo, reforça que a gente
tem realmente que enfrentar esta onda de denuncismo que está posta aí e que
infelizmente faz com que a nossa comunidade, ao invés avançar, retroceda,
dificultando a união entre os Partidos, dificultando, na realidade, que a
sociedade avance de uma maneira mais rápida e mais dinâmica. Enfim, todos nós
queremos transparência, e isso está bem demonstrado no decorrer do processo.
Estamos aqui, na
realidade, para fiscalizar e fazer com que a Cidade conheça todo o processo.
Isso já está posto no site, está à
disposição de qualquer cidadão, e as áreas técnicas são extremamente
competentes. Nós estamos aí com nosso Diretor-Geral do DMAE prestando as
informações, fazendo isso de frente para a comunidade, sem qualquer entrave, e
temos a certeza de que as coisas estão bem e vão ficar melhores com a conclusão
do Projeto. Eu gostaria só de deixar uma mensagem positiva para a nossa
dinâmica oposição também: que, com sua força de mobilização, possa passar numa
farmácia e comprar um antiinflamatório forte, porque isso tem muito de dor de
cotovelo. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver.
Haroldo de Souza está com a palavra.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente,
Vereadores e Vereadoras, alguns Secretários que ainda se encontram no recinto,
amigos que nos acompanham em casa, a minha saudação de carinho e de respeito ao
Diretor Presser e, por extensão, ao Governo de José Alberto Fogaça.
Gostaria de dizer que
a tristeza que sinto neste momento tem razões fundamentadas. Recentemente
terminamos de votar o Plano Diretor, e hoje ouvi, nesta Casa, carga sobre o
Plano Diretor, que foi tão bem conduzido pelo Ver. Sebastião Melo e pela
Relatoria do trabalho da Comissão, presidida pelo Ver. João Antonio Dib, mas já
surgem defeitos, insinuações e acusações a respeito do Plano Diretor. Agora são
17h30min, e temos para votar na Casa, este ano ainda, a Lei de Diretrizes
Orçamentárias. Todos sabem que nós temos que votar a Lei Orçamentária até o dia
30. É uma obrigação nossa, da Casa, votar até o dia 30.
Eu quero abrir um parêntese para cumprimentar e
saudar o Ver. Adeli Sell por ter ganho a Presidência do PT de Porto Alegre, ele
que é da ala não-rançosa do Partido dos Trabalhadores. Partido dos
Trabalhadores que chega aqui neste Plenário e fica debulhando, à tarde inteira,
acusações e mais acusações, insinuações e mais insinuações, não olhando para o
telhado de vidro que tem! Começou em Brasília a imoralidade do Partido dos
Trabalhadores, e eles se julgam no direito de julgar o Governo do Partido do
Fogaça como igual a eles! Não, não é! Vocês não podem tomar conhecimento de
qualquer coisa na esquina e vir para este Plenário denegrir a imagem de um
cidadão chamado José Fogaça! Vocês querem me deixar doido! Mas não deixarão,
porque este Plenário aqui será feito também de resposta aos senhores! Não
adianta o Partido dos Trabalhadores ter os seus núcleos, tentáculos espalhados
por toda a Cidade e por todo o Brasil! Cada um chega aqui e apresenta um
tópico. Cada um chega aqui e faz uma fantasia! E nós somos obrigados a entender
que vocês são os maiorais. Maiorais de onde? A ética e a moral que vocês pregaram
ao longo dos tempos acabaram com tudo lá em Brasília, vejam o “mensalão”!
Quando o PSOL vai para a tentativa de
esclarecimentos, a Senadora Heloisa Helena, o Ver. Pedro Ruas, a Verª Fernanda
Melchionna estão num trabalho que vêm fazendo ao longo dos tempos, porque eles
também cobraram o “mensalão”, em que está envolvido o Partido dos
Trabalhadores. Então, eles têm direito a isso! Agora, vocês, do PT? O
Todeschini? O Oliboni? O Comassetto? Sofia Cavedon? Vocês querem misturar
Fogaça com vocês? Não, por favor! E a Stela Farias tem que parar de falar
grosso lá na Assembleia e mandar aqui para esta Casa para nós sermos pautados
por ela, quando ela tem é que dar responsabilidade para os moradores de
Alvorada, primeiro, primeiro! Ela tem que dar satisfação para Alvorada, Diretor
Presser, e, depois, fazer esta pauta nojenta e asquerosa! Eu vou repetir claro
e bom som: o PSOL faz o trabalho dele porque tem o direito ao acusar o
“mensalão” do Partido dos Trabalhadores lá em Brasília! Agora, o PT é imoral e indecente - pelas atitudes que vocês tomam nos
bastidores, por tudo que vocês fazem nas reuniões que realizamos para acertar o
trabalho que deve ser feito aqui na Casa, mas o que os senhores querem,
realmente, é bagunçar com o coreto!
Agora, vocês podem
ter certeza de uma coisa, o Governo Fogaça, a base aliada do Governo Municipal
está pronta, sim, para ter paciência e levar até o final o que é necessário
para mostrar o que realmente se faz nesta Cidade e quem realmente está com a
razão.
Imoral e indecente! E
não adianta pedirem que eu retire absolutamente nada do que falei aqui. Muito
obrigado, parabéns, e peço desculpas ao Diretor Presser por ter sido colocado
num ambiente tão, desculpe-me o termo, safado como este!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Airto
Ferronato está com a palavra.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores aqui presentes, em primeiro
lugar, quero saudar o nosso Diretor-Geral do DMAE, amigo Flávio Presser; os
ilustres Secretários que aqui estiveram, não sei se ainda estão; saúdo todos os
nossos telespectadores e ouvintes.
Eu não ia me
manifestar, mas ouvi as últimas manifestações e achei necessário aqui estar,
porque algumas manifestações que tivemos seccionam o mundo em pequeníssimos
pedaços extraordinariamente equivocados: de um lado, parece que tudo acontecia
de bom no passado, e, de outro, agora, parece que o presente está uma
maravilha, quase que divina. Ou seja, que o Conduto Álvaro Chaves é a glória do
Prefeito Fogaça, que ele teria feito sozinho, e que, quando ele assumiu, caiu
do céu o Conduto Álvaro Chaves, que ele começou na estaca zero e quase salvou a
pátria...! Isso está errado! Também se falou tanto hoje no nosso Socioambiental
e que as coisas, a inveja, a dor de cotovelo...
Eu tenho trinta e
cinco anos de serviço público - há mais de vinte como
político, Vereador em Porto Alegre - e andei por aí quando estive fora daqui.
Em primeiro lugar, as questões do serviço público, meu Ver. João Dib, envolvem
uma sequência de ações. Sobre o Conduto Forçado Álvaro Chaves, vou dizer de
novo: quando larguei o DEP, e assumiu o Prefeito Fogaça, ele só teve que pegar
uma caneta Bic, azul, assinar o papel e mandar fazer a obra. Porque foi no meu
espaço, quando lá estive, quando a Câmara me xingava todos os dias, dizendo que
não tinha dinheiro, e não tinha mesmo, eu disse: “Vamos fazer projeto”. O
Prefeito assumiu o Projeto do Conduto Forçado Álvaro Chaves pronto. Em relação
à obra da Av. São Pedro, senhores da imprensa, fui eu que estive em Brasília
encaminhando o Projeto para a Caixa Econômica Federal, os senhores sabem. A
obra que está começando na Rua Santana eu encaminhei para Brasília; então, na
verdade é um conjunto.
Mas não fui só eu,
nem só os senhores do passado, nem os atuais. Precisamos reconhecer a
capacidade, a competência, a sabedoria do servidor público. Eu sou servidor há
35 anos e vou puxar a brasa para o meu assado. Sem servidor público competente,
envolvido, entusiasmado, nada acontece. Então, as coisas acontecem por um
conjunto de ações. Parabéns a todos vocês do Governo atual que vêm dando
sequência àquilo que, historicamente, vem se fazendo. Obrigado e um abraço a
todos.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra.
O SR. ADELI
SELL: Sr. Presidente, meu caro Flávio Presser, em seu nome eu cumprimento os
dirigentes municipais que estão presentes. Quero pedir um pouco de paciência e
compreensão dos meus colegas e do pessoal que está no plenário hoje, primeiro,
para fazer alguns esclarecimentos.
Acho que num Estado Democrático de Direito, num
Parlamento como o nosso, a primeira coisa que a gente tem que entender, Ver.
Nilo Santos, é que perguntar não ofende; perguntas são necessárias, e nós
devemos as fazer sempre que necessário. Quando lemos uma matéria no jornal,
como temos lido, com um conjunto de elementos sobre os quais o próprio jornal
faz perguntas, é lógico e necessário que os Vereadores também perguntem. Eu,
por exemplo, fiz Pedidos de Informações acerca de dois Processos do DMAE - na
época eu já tinha dúvidas e insisti em perguntar. Portanto, vou continuar
perguntando, porque esse é um elemento importante do debate.
Segundo: por favor, não me venham com a história de
antecipação do processo eleitoral. Pelo que pessoas da imprensa acabaram de me
colocar, quem está antecipando - e disse que só faria no ano que vem - é o
próprio Prefeito Fogaça, que anunciou hoje, segundo informações que me
passaram, que é pré-candidato ao Governo do Estado. (Palmas.) É isso que foi
anunciado. Nós fizemos o nosso processo normal e dissemos, com todas as letras,
que estávamos nos colocando na disputa. Então, quem antecipou o debate, quem
antecipou a palavra foi o Prefeito, não a oposição.
Quando discutíamos os cargos e salários da
Administração - podem olhar as notas taquigráficas -, eu disse e volto a dizer
aqui: é muito estranho esse negócio de transferência e de trazer pessoas do
Estado para o Município com aquele “jabá” a mais que esta Casa aprovou
equivocadamente. É um equívoco! Agora, não vejo lógica: todo o mundo vem aqui e
elogia o DMAE, elogia os funcionários do DMAE, mas trazem alguém da Corsan que
tem problemas com a Justiça para a Prefeitura! Não tem explicação! Não há
alguém nesta Prefeitura, com os seus técnicos e pessoas capacitadas, que possa
cuidar, se não diretamente do Socioambiental, da questão do esgoto, por
exemplo, da transferência das famílias? Eu não acredito que seria necessário
trazer alguém da Corsan, porque ela trata de esgoto e não de remoção de casas.
Então, perguntar não ofende, e hoje eu faço poucas
perguntas, mas digo para vocês que continuarei fazendo perguntas até o dia que
eu achar que todas as coisas estão esclarecidas. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Sei que talvez o Diretor Flávio Presser não consiga
responder a todas perguntas nos dez minutos, mas é o prazo que temos,
regimentalmente. É evidente que, depois, ele poderá responder; fica a sugestão.
O Sr. Flávio Presser está com a palavra.
O SR. FLÁVIO
FERREIRA PRESSER: Caro Presidente, antes de mais nada, gostaria de
agradecer este espaço que a Câmara de Vereadores oportunizou para que eu
pudesse trazer esclarecimentos sobre o andamento das obras do Programa Integrado
Socioambiental.
Quero dizer ao meu amigo Ver. Ferronato que,
talvez, ele tenha “matado um pouco a charada”. O que de estranho tem esse
Programa? É que ele existe há dez anos: começou na gestão do Prefeito Raul,
passou pela gestão do Prefeito Tarso, pelo Prefeito Verle, pela primeira gestão
do Prefeito Fogaça, e agora estamos na segunda. Talvez isso lhe dê esse caráter
de importância e esse ineditismo, já que um projeto tão importante assim acabou
percorrendo tantas Administrações. Obviamente, algumas questões, algumas
dúvidas foram aqui levantadas, e, ao longo deste debate, eu tenho tentado
respondê-las - perguntas, caro Ver. Adeli Sell, que sempre devem ser
formuladas. Acho que o papel do Vereador é o da fiscalização. O que eu não
posso acolher, o que eu não posso admitir é que já existam acusações - isso
seria extremamente leviano. Por sorte, hoje, aqui, nenhuma delas ocorreu. As
pessoas, na realidade, não fizeram nenhuma acusação; fizeram indagações.
Em relação à questão trazida pela Verª Maria Celeste
e pelo Ver. Pedro Ruas, quero dizer que nos sentimos muito gratificados, porque
os Vereadores acabaram de ir ao Ministério Público de Contas prestar apoio à
solicitação que fizemos na quinta-feira. A pedido do Prefeito José Fogaça, na
quinta-feira nós fomos ao Ministério Público de Contas, onde nos recebeu o Dr.
Geraldo da Camino. Fomos ao Presidente do Tribunal de Contas do Estado, ao
Conselheiro Porfírio Peixoto, e solicitamos que fosse feita uma inspeção
especial com acompanhamento do Ministério Público de Contas. Hoje de manhã
mesmo, a equipe do Tribunal de Contas se apresentou no DMAE e está lá fazendo,
então, essa inspeção especial em toda a documentação, para verificar se houve
ou não irregularidade. São eles os órgãos competentes para fazer isso, são eles
que têm condições de se apropriar das informações, analisá-las e verificar se a
condução desses processos administrativos respeita os princípios da
Administração Pública, principalmente, no que diz respeito à sua legalidade.
A Verª Fernanda levantou algumas questões que
extraiu de uma manifestação da Auditoria da Secretaria da Fazenda Municipal,
entre elas está a questão de uma empreiteira chamada Giovanella. Quero dizer,
Vereadora, que a empresa Giovanella foi afastada do DMAE, proibida de participar
de licitações por um ano, devido exatamente a esse ato. Então, creio que essas
informações não devem ter chegado a V. Exª, mas isso aconteceu. O fiscal não
foi afastado da obra, mas a empreiteira sim; ela não só foi afastada da obra,
mas proibida, por um ano, de licitar para o DMAE. Por um ano, ela ficou
proibida de licitar para o Departamento.
Em relação à estação de bombeamento da Bom Sucesso,
quero dizer à Vereadora que esta foi uma reivindicação do OP - a implantação da
rede de esgoto da Vila Bom Sucesso -, a rede fica junto à Lomba do Pinheiro,
foi executada, e realmente houve problemas, existiam dois moradores no imóvel
que nós desapropriamos para implantar a estação de bombeamento. Estamos fazendo
um acordo com esses moradores, para possibilitar a sua remoção. Identificamos
uma outra área aonde esses moradores irão residir por um determinado tempo, por
um período, até que possam resolver o seu problema de moradia, para darmos
continuidade a essa obra. Mas a obra está devidamente licitada, não existe
nenhuma questão apontando a contratação dessa empresa sem licitação.
O Ver. Comassetto tem várias vezes dito e sempre
cobrado que pediu, na realidade, uma cópia dos projetos do Socioambiental e que
não lhe foram entregues. Eu quero dizer aos senhores que há milhares de plantas
referentes aos projetos executivos do Programa Integrado Socioambiental e que
seria demasia encaminhar todas essas cópias aos Vereadores. O que nós fizemos?
Prontamente, por meio da Líder de então, a Clênia Maranhão, marcamos uma visita
da Câmara de Vereadores ao escritório do Pisa, para que lá pudessem compulsar,
analisar toda a documentação, inclusive as plantas que integram os projetos do
Programa Socioambiental. Eis que lá compareceram - inclusive, o Ver. Luiz Braz
fez referência, houve a reunião - quatro Vereadores. A Verª Sofia Cavedon
esteve no final da reunião, chegou atrasada, mas teve a oportunidade de ir.
Portanto, foi oportunizada a vista de toda a documentação do Programa Integrado
Socioambiental. Se necessário for, Ver. Engenheiro Comassetto, o senhor está
convidado a novamente ir ao Escritório do Programa Integrado Socioambiental e
lá olhar todas as plantas. Quero dizer que não haveria nem condições de
copiá-las todas e entregá-las aos Vereadores, porque, por certo, precisaria de
uma consultoria, precisaria de uma assessoria de engenheiros para analisá-las.
Portanto, essa não é uma razão que possa ser apontada como uma negativa de
informar os Srs. Vereadores.
Outra coisa que realmente agora tomei conhecimento
é que essas denúncias partiram da imprensa, e isso muda um pouco o percurso.
Essas denúncias antes eram entendidas como se tivessem surgido da CPI da
Corrupção da Assembleia Legislativa, e aqui foi afirmado que não, que foi da
imprensa. Quero dizer que as afirmações de superfaturamento ocorreram a partir
da Deputada Stela Farias, que deu até um número: 61 milhões. Questionado sobre
isso, dei uma declaração à imprensa de que o superfaturamento de 61 milhões
seria perfeitamente identificável; é só verificar o orçamento dessa obra, pois
foi apresentado o edital. Na medida em que a própria Caixa Econômica Federal
exige que, apesar de haver uma contratação para uma empreitada global, cada
item do Orçamento seja especificado, para que a Caixa Econômica possa comparar com
o Sinapi, que é o sistema de preços que por ela é atualizado. É fácil
verificar. Você tem as composições unitárias, quantos metros cúbicos de
escavação, quantos metros de cano, o custo unitário de um metro cúbico de
escavação, o custo unitário de um metro de cano - seja ele de PAD, seja ele de
aço -, você faz uma multiplicação e uma soma. Se existe superfaturamento, isso
pode ser perfeitamente identificável. E ainda mais: nesse valor de 611 milhões
contratados, se há 61 milhões de superfaturamento, eu acredito que isso seria
notório, seria facilmente identificável.
Portanto, eu quero dizer que cabe, então, à
Deputada apontar exatamente onde é que estão esses 61 milhões. Ela já respondeu
pela imprensa que não teria condições, porque os processos administrativos não
permitem, que essas irregularidades não são perceptíveis dentro dos processos
licitatórios, enfim. Quero dizer que a denúncia tem que se estabelecer do outro
lado como uma relação fática. Então, é essa associação que eu quero fazer agora
em relação às várias questões aqui levantadas, quais sejam, de conversas
preliminares com empresas, de alteração de edital, como se houvesse um conluio.
Se tudo isso fosse verdadeiro, não estaria agora o DMAE sendo criticado por
grande parte das empresas gaúchas por estar executando uma obra abaixo do valor
que eles acham como sendo o necessário para torná-la exequível.
E essa documentação, Presidente, por parte das
empresas, está anexada nos processos. Elas não se negaram a colocar os preços
que achavam como sendo preços corretos. Já disse: existe carta por parte das
empresas, tanto na primeira fase, na parte de preço do primeiro edital, como no
segundo edital, em que as próprias empresas manifestam, apesar de haver preço
máximo, propostas com preços superiores a esses. Portanto, é facilmente
identificável que essas empresas foram contrariadas no seu interesse de ter os
preços licitatórios, os preços dos editais, acima dos preços especificados. Em
relação às denúncias feitas, devem existir os efeitos práticos, deve haver uma
correspondência entre aquilo que se denuncia, aquilo que se julga errado e as
relações fáticas. Facilmente, o Tribunal de Contas do Estado, que está
auditando os processos, poderá chegar a essas conclusões.
Por fim quero dizer, eu não sei como era no
passado, que no presente quem faz os editais são os técnicos do Departamento.
Os técnicos que hoje operam na Unidade de Coordenação Descentralizada do
programa, que é coordenada pelo Valdir Flores. Na fase de preparação do
programa, a coordenação era do Engenheiro Marins, e quero dizer que, quando o
Engenheiro Marins foi escolhido para coordenar a preparação desse programa, ele
era Presidente da Sociedade de Engenharia do Estado do Rio Grande do Sul, foi
escolhido por essa razão, por ser uma obra importante não só para a cidade de
Porto Alegre como importante para toda a engenharia gaúcha. Por isso escolhemos
o Engenheiro Marins. Com relação ao Engenheiro Geraldo, na época em que foi
indicado para ser coordenador da unidade junto à SMGAE - que nada tem a ver com
saneamento, tem a ver com outras obras do departamento, já que nós temos duas
Unidades de Coordenação -, ele era Presidente da ABES do Rio Grande do Sul, ou
seja, da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental. Portanto,
para mim, ele carregava uma grande representação, do ponto de vista simbólico,
da engenharia do Estado do Rio Grande do Sul e, principalmente, daqueles que
tratam, diretamente, com o tema saneamento e também dos temas ambientais.
Então, como eu dizia, os editais no DMAE são
formulados, são escritos, são elaborados pelo seu corpo técnico; o
Diretor-Geral, na realidade, não influencia em nada os editais. Talvez essa
seja também uma novidade, uma prática nova, talvez isso traga indagações para
as pessoas que já tiveram alguma experiência administrativa no passado. Qual é
a interferência, na realidade, do Diretor-Geral em relação aos editais? Eu
reafirmo aqui: nenhuma. Há uma Comissão de Licitação composta só por servidores
do Departamento, eles elaboram os editais sem nenhuma participação minha, assim
como não sou eu quem define o material que é usado nas obras. Já insinuaram
aqui que o aço é um fator que podia trazer economia, e não é verdade. No último
debate, disseram que era o polietileno corrugado que iria trazer a limitação do
número de empresas de participarem do certame licitatório. Quero dizer que não
o foi; foi o inverso: mais de catorze empresas participaram de cada um dos
lotes da Restinga. Depois já havia algumas manifestações de que seria o PVC, na
Cavalhada, a razão de tentar direcionar as digitais. Enfim, o material é
problema de projeto, é problema de engenharia. Há equipes técnicas que
elaboram, pessoas que são responsáveis por essa escolha, e isso não é
pertinente ao comando da Direção do Departamento.
Quero dizer que, talvez, nesses dez minutos, eu não
tenha conseguido responder a todos os quesitos, já que mais de doze Vereadores
fizeram uso da palavra. Aliás, muito mais do que doze; foram 26 Vereadores que
se manifestaram. Mas, novamente, me coloco à disposição. Está no site a exposição dos editais, dos
contratos, o acompanhamento de obras, mas também me coloco à disposição de
todos os senhores, porque a obrigação de um agente público é esta: ser
transparente, informar e manter a comunidade porto-alegrense tranquilizada em
relação aos procedimentos administrativos que foram adotados, por exemplo, para
a consecução deste importante Programa para a cidade de Porto Alegre. Programa
que diretamente beneficia mais de setecentos mil habitantes. Muito obrigado.
Mais uma vez agradeço esta oportunidade que me foi oferecida e me coloco à
disposição de todos os senhores. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Maria Celeste está com a palavra.
A SRA. MARIA
CELESTE: Sr. Presidente, nós estamos encaminhando um Requerimento a Vossa
Excelência. Diante da citação feita por diversos Vereadores em relação às
denúncias veiculadas na imprensa - especialmente o nome da Deputada Stela
Farias foi citado por vários Vereadores nesta Casa, ela é atual Presidenta da
CPI na Assembleia Legislativa -, solicitamos o comparecimento a este Plenário
da referida Deputada, a fim de esclarecer as denúncias citadas e veiculadas.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: É um Requerimento, Sr. Presidente? Eu quero votar, então, o
Requerimento; só isso. Nós temos quarenta Projetos para votar até o final do
ano, e fica claro e evidente, Sr. Presidente, que são manobras diversionistas
para nos tirarem do foco daquilo que Porto Alegre precisa. Então, eu quero
votar o quanto antes possível. Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Não se trata de Requerimento. Comparecimento não
está esteado em Requerimento.
A SRA. MARIA
CELESTE: É uma solicitação.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Portanto, eu vou determinar a autuação, e que a
matéria venha devidamente instruída para deliberação.
Diretor Flávio, queremos agradecer a sua presença,
a presença do Sr. Valdir Flores e dos demais Diretores, agradecemos também à
Secretária Clênia Maranhão. O senhor sempre é muito bem-vindo a esta Casa!
Tenho certeza de que - tenho dito isto não agora, quando presido a Casa - os
Parlamentos brasileiros têm um papel indelegável, que é a fiscalização. Acho
que a sua vinda aqui é uma demonstração de respeito ao Parlamento, respeito especialmente
à minoria. Acho que ser democrata é justamente respeitar o direito da minoria.
Tenho certeza absoluta de que, se for necessário, o senhor estará aqui de novo,
como já se prontificou; então quero, em nome da Casa, agradecer a sua presença.
Muito obrigado.
Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 18h.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 18h03min):
Estão reabertos os trabalhos.
Em votação o Requerimento de
inversão da ordem dos trabalhos. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Srs. Vereadores, quero registrar que hoje é o
aniversário do Luiz Afonso, nosso querido Diretor Legislativo. Dizem que a vida
começa aos 40 anos, ele está fazendo 50, portanto ele tem 10 anos de boa vida.
Havendo quórum, passamos à
Apregoamos o Requerimento do Ver. Mauro Zacher, que
solicita licença para representar esta Câmara Municipal na palestra “Violência
Escolar”, na Regional do Vale do Rio Pardo do Conselho Tutelar, Encruzilhada do
Sul, no dia 09 de dezembro de 2009.
Apregoo Emenda nº 15, de autoria do Ver. Mauro
Zacher, ao PLCE nº 007/09, alterando a Lei Complementar nº 628/09.
Apregoo a Emenda nº 01, de autoria do Ver. Valter
Nagelstein, ao PLE nº 039/09.
Apregoo a Emenda nº 02, de autoria do Ver. Valter
Nagelstein, ao PLE nº 039/09.
Apregoo a Emenda nº 14, de autoria do Ver. Toni
Proença, ao PLE nº 018/08.
Apregoo a
Emenda nº 16, de Liderança, de autoria da Verª Maria Celeste, ao PR nº 024/09,
ao Regimento Interno da Casa. Em matéria regimental e matéria orgânica, não há
como dispensar o envio para apreciação das Comissões. Portanto, esta matéria
deve retornar às Comissões para parecer conjunto; determino que seja feito isso
imediatamente.
Apregoo Requerimento de autoria do Ver. Toni
Proença, que solicita seja votada em destaque a Emenda nº 14 ao PLE nº 018/08.
Quero informar que, antes da votação, V. Exas
terão acesso a essas Emendas. Fiquem todos tranquilos em relação a isso.
Apregoo Requerimento de autoria dos Vereadores Dr.
Thiago e Mauro Zacher, que solicitam dispensa de envio da Emenda nº 15 ao PLE
nº 018/08 à apreciação das Comissões.
Apregoo Substitutivo de autoria dos Vereadores
Nelcir Tessaro e Reginaldo Pujol do PLE nº 023/09.
Apregoo
Requerimento de autoria do Ver. Paulinho Ruben Berta, que solicita que seja
votada em destaque a Emenda nº 47 ao PLE nº 034/09.
Apregoo Requerimento de autoria da Bancada do PSOL,
que solicita sejam votadas em destaque as Emendas nºs 59, 60, 61,
64, 66, 71, 72 e 73 ao PLE nº 034/09.
Em votação o Requerimento de autoria dos Vereadores
Dr. Thiago e Mauro Zacher, que solicitam dispensa de envio da Emenda nº 15 ao
PLE nº 018/08 à apreciação das Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Toni
Proença, que solicita seja votada em destaque a Emenda nº 14 ao PLE nº 018/08.
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Valter
Nagelstein, que solicita dispensa de envio das Emendas nºs 01 e 02
ao PLE nº 039/09 à apreciação das Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Mauro
Zacher, que solicita dispensa de envio da Emenda nº 15 ao PLCE nº 007/09 à
apreciação das Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
(Manifestação antirregimental.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver. Pujol, fique tranquilo, pois não colocarei
nenhum Projeto em votação sem o conhecimento de V. Exas quanto ao
teor da matéria.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 4981/08 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº
017/08, de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni, que altera o § 3º do art. 152 da
Lei Complementar nº 133, de 31 de dezembro de 1985 – que estabelece o Estatuto
dos Funcionários Públicos do Município de Porto Alegre –, e alterações
posteriores, ampliando para 15 (quinze) dias a licença-paternidade dos
funcionários e estendendo-a ao caso de adoção.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Mauro Zacher: pela manutenção do Veto Total.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77,
§ 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 03-12-09 (quinta-feira)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em
discussão o PLCL nº 017/08, de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni, com Veto Total. (Pausa.) O Ver. Aldacir
José Oliboni está com a palavra para discutir o PLCL nº 017/08 com Veto Total.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público
que ainda nos acompanha aqui na Sessão e aqueles que nos assistem pelo Canal
16, o Prefeito José Fogaça vetou o Projeto da licença-paternidade que nós
votamos há poucos dias aqui; o Projeto aumenta a duração da licença de dez dias
para quinze dias. Eu quero fazer um apelo aos nobres Vereadores e Vereadoras,
até porque isto já está acontecendo na maior parte das Capitais. Nós, enquanto
legisladores, tivemos a iniciativa de trabalhar essa questão, que, inclusive, é
uma das reclamações não só dos Conselheiros Tutelares, mas de todos aqueles que
trabalham com a criança e o adolescente: a ideia de trazer o pai para mais
próximo da mãe, para mais próximo do filho. Portanto, seria uma das coisas
salutares, até diria, no momento em que a mãe ganha o bebê, o pai estar
presente não apenas durante cinco, sete, dez dias, mas durante quinze dias,
como na maior parte das grandes Capitais e Municípios. Inclusive no Estado
estão sendo criadas leis para favorecer essa aproximação, esse acompanhamento
do pai no momento em que a mãe dá a luz a seu filho.
Nós não encontramos a sensibilidade do Executivo no
Município de Porto Alegre. Nós, Vereadores, que aprovamos este Projeto podemos
dizer ao Prefeito Municipal que os municipários de Porto Alegre merecem, sim,
ter esse direito, no momento em que venham a ter a grande alegria de ter mais
um filho, de acompanhá-lo não só nesses dias - como ele faz em todos os dias de
sua vida -, mas nos quinze dias, mais precisamente. Então, nesse aspecto, eu
pediria que as Bancadas que votaram favoravelmente à licença-paternidade de
quinze dias possam, neste momento, afirmar a sua votação. Até porque, nobre
Ver. João Antonio Dib, V. Exª tem dito que estendeu essa licença de cinco para
dez dias ainda no seu Governo, então, por que não agora a ampliar, para que
todos os cidadãos e cidadãs do Município de Porto Alegre, mais precisamente os
funcionários públicos, possam ter direito a isso?
Nós sabemos que, no Congresso Nacional, existe um
Projeto de Lei tramitando, estendendo a licença-paternidade para trinta dias.
Achamos que, no momento, trinta dias poderia ser demasiado. Por que nós aqui
não sinalizarmos com quinze dias? Por que, logo ali adiante, a Assembleia
Legislativa - e assim por diante - não sinalizar com quinze dias? E
posteriormente apoiar o Projeto de Lei em nível federal, aumentando para trinta
dias, coisa que eu acredito que também deveria se estender à iniciativa
privada, não só aos funcionários públicos. Não podemos legislar e trazer o
benefício para todos os trabalhadores em geral, mas este Projeto estende, pelo
menos, a estes cidadãos e cidadãs. É nesse sentido que peço a contribuição dos
nobres Vereadores para derrubarmos o Veto do Prefeito, porque o Veto está
trancando a Pauta. Portanto, pedimos a colaboração dos nobres colegas. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Só quero lembrar aos Vereadores que a Sessão
Extraordinária, amanhã, será às 15h30min, para que todos possam se programar.
Já pedi para avisar todos os Vereadores. Às 12h30min estaremos saindo da Câmara
para uma visita ao Cais do Porto, todos os Vereadores estão convidados. Essa
visita vai até às 14h, 14h10min, e, às 15h30min, abriremos uma Sessão
Extraordinária que irá até às 19 horas.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir o PLCL nº 017/08 com Veto Total.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, meus senhores, minhas senhoras, minhas
Vereadoras, meus Vereadores, na realidade, eu acho que uma das coisas que o
homem público deve ter é coerência. E eu vou ser coerente comigo mesmo. Algumas
coisas, como diria o Ver. Ferronato hoje, eu fui o primeiro a fazer. Por
exemplo, a primeira Parceria Público-Privada neste País eu acho que foi feita
na Praça Ruy Barbosa em 1961. Depois, no DMAE, eu fiz outra Parceria
Público-Privada, e abastecemos a Cidade toda em 1968. No Estatuto do Servidor
Público Municipal, em 1985, sendo eu o Prefeito, nós colocamos a
licença-maternidade de 120 dias; hoje já é assunto nacional, mas antes Porto
Alegre fez na Administração deste Vereador.
Eu acho da mais alta relevância a proposição que
faz o Ver. Aldacir José Oliboni. A atual lei determina oito dias. Mais
importante eu penso que seja os quinze dias para o pai adotante, porque ele tem
que se familiarizar com aquela criança nova que entra na sua família. A
presença do pai e da mãe é algo que, hoje em dia, está muito abandonada pelas próprias
necessidades da vida: a mãe trabalha, o pai trabalha, a família toda trabalha,
e a criança, de repente, fica abandonada. Acho que dar quinze dias para o pai
cuidar da criança que nasceu ou da criança que adotou - ele precisa fazer
documentação, registrar - é da mais alta relevância, principalmente
familiarizar a criança com o pai.
Por isso acho que deve ser derrubado o Veto de S.
Exª o Sr. Prefeito. Se nós estamos dando gratificações generosas aos
Procuradores e Assessores Jurídicos, por que não cuidar daqueles pais,
especialmente os adotantes? Eu acho da mais alta relevância. Portanto,
coerentemente - já que o Estatuto que vige na Prefeitura hoje é aquele feito
enquanto eu exercia a Prefeitura -, vou votar contrariamente ao Veto de S. Exª
o Sr. Prefeito, ainda que ele possa ter razões, mas que eu não aceito. Saúde e
PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para
discutir o PLCL nº 017/08 com Veto Total.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu passo à
leitura das razões do Veto da lavra do Sr. Prefeito Municipal (Lê.): “O Projeto
de Lei Complementar em comento trata da alteração do § 3º do art. nº 152 da Lei
Complementar nº 133, de 31 de dezembro de 1985, com a pretensão de ampliação da
licença-paternidade de dez dias para quinze dias. Tal proposta justifica-se com
o intuito de majorar a proteção e a assistência à criança, concernente ao
fortalecimento do vínculo afetivo e familiar, tendo em vista o papel do pai
como essencial participação efetiva nos primeiros momentos da vida do filho.
Cabe dizer que, embora louvável e justificada iniciativa do presente Projeto de
Lei Complementar” - Ver. João Dib, de acordo com as suas palavras e também de acordo
com o que sustentou o ilustre Ver. Aldacir Oliboni - “não deve prosperar, isto
porque tal alteração emanada pelo Poder Legislativo Municipal invade
competência privativa do Chefe do Poder Executivo. Leia-se, acerca da
independência e harmonia entre os Poderes constituídos, o disposto no art. 2º
da Lei Orgânica do Município, in verbis.
Art. 2º: São Poderes do Município, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo e o Executivo.
“Parágrafo único - É vedada a delegação de
atribuições entre os Poderes. Além disso, cabe ainda ressaltar a invasão de
competência privativa do Prefeito, conforme art. 94, Inc. VI, letra b, da Lei Orgânica.” Lei esta, Ver. João
Dib, V. Exª sempre diz, com toda a razão, que fizemos um juramento para
respeitá-la. Portanto, eu faço um apelo a V. Exª pelas mesmas razões que V. Exª
sustenta em relação às questões tributárias: também nós devemos nos atentar à
Lei Orgânica do Município, que prescreve (Lê.): “Das atribuições do Prefeito:
art. 94 -Compete privativamente ao Prefeito Municipal: [...] VII - promover a
iniciativa de projetos de lei que disponham sobre: b) regime jurídico,
provimento efetivo dos cargos, estabilidade e aposentadoria dos servidores.
“Se não
bastasse, a apreciação da Secretaria Municipal da Administração, em parecer
prévio, mencionou que: ‘O Prefeito, como Chefe do Poder Executivo Municipal e
dirigente supremo da Prefeitura, possui atribuições específicas do seu cargo,
dentre as quais a função co-legislativa, que lhe permite participar do processo
legislativo, outorgando-lhe legitimidade ativa para propor Projetos de Lei de
sua exclusiva competência. Assim sendo, à edilidade está vedada à proposição de
Projetos de Lei à Lei Complementar nº 133, de 31 de dezembro de 1985, visto
faltar-lhe competência para tanto, e, caso contrário ocorra, estará avançando
em assunto privativo do Chefe do Executivo Municipal, não observando a harmonia
e independência dos Poderes, previstos no art. 2º da Constituição Federal e,
por adaptação, no art. 2º da Lei Orgânica do Município’. De fato” - é uma
questão interna, eu chamo a atenção dos Srs. Vereadores - “a Comissão de
Constituição e Justiça, responsável pela análise formal da Câmara de Vereadores
do Município, entendeu haver impedimento da ordem jurídica à tramitação da matéria”.
Há impedimento, Ver. Reginaldo Pujol. “São estas, Sr. Presidente, as razões que
me obrigam a vetar totalmente o Projeto de Lei nº 017/08, esperando reexame
criterioso desta Casa, com o acolhimento do Veto ora apresentado. Atenciosas
saudações, José Fogaça, Prefeito Municipal de Porto Alegre”.
Por essas razões, Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, é que eu me dirijo a todos os nossos Vereadores,
muito especialmente aos Vereadores da nossa base, fazendo um apelo para que,
embora sejam meritórias, como diz o Sr. Prefeito Municipal, Ver. Nelcir Tessaro
e Ver. Nilo Santos, as razões que levaram o Ver. Aldacir Oliboni a apresentar o
presente Projeto, ele não encontra guarida nem amparo naquilo que nos faculta a
legislação, pelo que assiste razão o Sr. Prefeito Municipal quando exercita a
sua capacidade de Veto. Assim sendo, eu solicito às Sras Vereadoras
e aos Srs. Vereadores que mantenhamos, por questões de legalidade, o Veto do
Sr. Prefeito Municipal. Muito obrigado, Sr. Presidente e Srs. Vereadores
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para discutir o PLCL nº 017/08 com Veto Total.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, eu tenho vindo muito pouco à tribuna, porque... Vossa Excelência
tem notado, não é, Ver. Brasinha? Às vezes é melhor ficar quieto! Mas, em
primeiro lugar, quero dizer do meu respeito ao Ver. Aldacir Oliboni.
O que estamos vendo seguidamente? É o tratamento de
iguais de forma desigual. Aquela senhora que está acompanhando ali o meu
discurso, que está assistindo pela televisão, certamente, se ela tem filhos -
se não tem, um dia vai ter -, não terá o mesmo benefício. Então, com certeza,
Ver. Oliboni, se tivéssemos esse tratamento para os trabalhadores regidos pela
Previdência, eu não teria o menor constrangimento, a menor dificuldade em vir
aqui e votar favoravelmente com Vossa Excelência. E, quando eu falo de
tratamento de iguais de forma desigual, eu vejo que temos profissionais de
outras áreas buscando igualdade também. Em outra oportunidade, votou-se aqui
Projeto que, quer queiram ou não, deu a eles tratamento desigual. E são iguais.
Então, é doloroso, mas eu prefiro dar este voto, Ver. Oliboni, com o Prefeito José
Fogaça.
Nós precisamos começar a olhar aqueles que pagam a
Previdência a vida inteira, aqueles que se aposentam, Ver. João Dib, e, com o
passar dos anos, a aposentadoria não serve nem para pagar os remédios de que
precisam. Eu comentava há pouco com outros Vereadores que a minha esperança
ainda é o seu Senador, Ver. Oliboni - acaba sendo também o meu Senador -, o
Senador da República Paulo Paim, que carrega essa bandeira. Nós estamos
torcendo por ele, porque é um olhar diferente àqueles que pagam a Previdência a
vida inteira. Falamos disso hoje, num outro programa, eu e o Ervino Besson.
Então, Ver. Oliboni, eu vou votar com o Prefeito.
Poderiam até dizer assim: “É fácil propor quando o dinheiro não é nosso”. Mas
não é por esse lado. É porque eu não me sinto à vontade em votar um Projeto,
mesmo com os méritos que tem, e ver aqueles que são regidos pela Previdência
Social terem o tratamento diferenciado.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino
Vendruscolo, essa solicitação de mais cinco dias para o pai, adotante em
especial, ou mesmo para o pai natural, quantas vezes, na vida funcional, vai
ocorrer? Uma, duas, três? E provavelmente a maioria dos servidores com
baixíssimos salários, porque os Procuradores, tratados de forma desigual... Os
assessores jurídicos agora vão ganhar dois salários e meio básicos de
gratificação. Então eu acho que preciso gratificar, preciso dar algo mais para
aquele que se torna pai, principalmente para o pai adotante. Quero dizer que,
quando era Prefeito, se tivessem os servidores - porque fizemos junto com os
servidores - proposto quinze dias, eu teria dado com todo o prazer.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado.
Vejo que alguns profissionais não têm Fundo de
Garantia e outros tantos têm, eu acho isso uma discriminação, Ver. Reginaldo
Pujol. Nós não podemos ter classe trabalhadora ganhando - não é privilégio -,
recebendo certas vantagens, merecidas, e outras não. Por isso vou votar com o
Prefeito José Fogaça, não que não tenha mérito, Vereador, mas vamos tratar os
iguais de forma igual.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir o PLCL nº 017/08 com Veto Total.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, primeiro quero trabalhar as razões do
Veto para depois entrar um pouco no conteúdo, porque sei que no conteúdo todos
temos muito acordo.
O Prefeito alega ser privativo do Executivo essa
função de decisão sobre o funcionalismo e por isso tira o mérito da construção,
Ver. Oliboni, desta Casa. Muitas vezes, em muitas situações, a Prefeitura não
usa o argumento da legalidade - porque, na verdade, é isso o que está se
fazendo, usando um argumento técnico e legal para justificar uma decisão política.
Eu não entendo, porque a Prefeitura, se tivesse acordo com o conteúdo do
Projeto, considerando irreparável o vício de origem, mandaria um projeto
similar, construiria com o Vereador, em respeito a esta Casa, mas não o faz.
Portanto, há uma discordância do Prefeito Fogaça em estender o tempo de
licença-paternidade aos nossos pais funcionários.
Assim quero entender e pedir que esta Casa vote não
pela suposta legalidade e por um argumento burocrático, mas pelo conteúdo da
proposição. E no conteúdo da proposição, Ver. Dib, eu quero aqui referendar as
suas palavras; acho que temos elementos suficientes para verificar o quanto as
mulheres têm assumido, infelizmente, em muitos lares, o papel único daquele
adulto que dá a garantia do afeto, da referência, do cuidado, da permanência na
relação com a criança; o que possibilita o desenvolvimento saudável dessa
criança. Em muitos lares hoje a mulher é chefe de família, e, mais grave do que
isso, a nossa sociedade não permitiu e não ensinou - ainda não permite e não
ensina - ao homem a vivência plena do cuidado dos filhos, da afetividade, do
tempo perdido - e eu diria ganho - trocando uma fralda, dando um banho, dando
um apoio para a companheira. Essa mudança cultural é muito lenta e, na minha
opinião, na opinião de muitos de vocês, eu sei, é uma mudança fundamental que
precisamos empurrar, nós precisamos fazer ações afirmativas, no sentido não só
de beneficiar as crianças, eu quero dizer a vocês, não só, mas
principalmente... Temos que nos dar conta de que os homens perdem muito por
lhes ser negada a possibilidade, Ver. Dib, culturalmente, de viver a
experiência maravilhosa de ajudar uma criança a crescer, de criar laços, de
criar laços afetivos, de criar a possibilidade da ternura, da brincadeira, do
tempo mais leve.
Então, é uma aposta nisso, é uma aposta ainda muito
tímida. Em outros países os homens podem tirar seis meses e ficar com a
criança, porque a mulher tem que voltar. Nós já temos outras legislações que
tratam o homem e a mulher de forma igual, que compreendem que ambos têm direito
a essa convivência com a criança, que ambos têm o dever de criar laços afetivos
e dar essa estrutura afetiva para os meninos e meninas. Acho que devíamos nos
rebelar. Em outros momentos, a Câmara disse ao Executivo: “Não, nós achamos
importante isto”. E acho que nesse caso não haveria nenhum problema, inclusive
por parte da base do Governo, no sentido de desautorizar o Prefeito, uma
recomendação diferente da recomendação técnica que é trazida aqui. E é um voto,
é um passo para construir uma sociedade mais igual para superar o sexismo, o
lugar que a mulher tem, o papel que é só da mulher e que não é do homem, porque
isso tem restringido as possibilidades de desenvolvimento integral das nossas
crianças e de felicidade de homens e mulheres. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Eu vou determinar, mas aviso que, se houver mais do
que doze Vereadores, sou obrigado a prosseguir a Sessão no que diz respeito ao
Grande Expediente, às Comunicações e à Pauta.
Solicito abertura do painel eletrônico para
verificação de quórum. (Após o fechamento do painel eletrônico.) Havendo quórum, damos prosseguimento à Ordem do
Dia.
A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para
discutir o PLCL nº 017/08 com Veto Total.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, venho em nome do PSOL, em meu nome e em nome do nosso Líder, Ver.
Pedro Ruas, advogado do trabalhador, que diversas vezes aborda a questão da
licença-paternidade nesta tribuna, defender a manutenção do Projeto, ou seja, a
derrubada do Veto imposto pelo Prefeito Fogaça ao Projeto do Ver. Aldacir
Oliboni. Entendo, em primeiro lugar, a necessidade que temos de ampliar
direitos, porque, quando - como bem lembrou o Ver. João Dib - é para aumentar o salário daqueles que já estão num patamar elevado ou
ampliar o número de cargos de confiança no Município de Porto Alegre - e já
somam 30 milhões anuais os gastos com os cargos de confiança -, o Prefeito não
só mantém os projetos, como os encaminha a esta Casa. O aumento do número de
cargos de confiança é um projeto de origem do Executivo. E, quando esta Câmara,
legitimamente, os Vereadores e Vereadoras desta Casa, aprova um projeto para
ampliar os direitos dos homens trabalhadores e municipários da nossa Cidade,
nós vemos a lamentável posição da Prefeitura no sentido de vetar projeto tão
importante.
E o Projeto do Ver.
Oliboni ainda é singelo, passa para quinze dias o tempo da licença-paternidade.
Em alguns países, Ver. João Antonio Dib - e muitos Vereadores os citam como
referência com relação ao estado de bem-estar social, principalmente aqueles
que têm origem na social democracia, que não é a minha origem, sou socialista -
há licença-paternidade de seis meses. A França tem licença-paternidade de três
meses, e no Brasil nós temos três dias! E isso parte do pressuposto de que a
responsabilidade dos filhos é uma responsabilidade apenas das mulheres. A
responsabilidade dos filhos é responsabilidade de um casal, que, independente
de estar junto ou separado, optou por ter filhos - em geral, porque temos os
casos de abandono. Em segundo lugar, tem direito o pai de também acompanhar os
primeiros dias da vida do seu filho, acompanhar no hospital, acompanhar as
primeiras manifestações da vida da criança. E o Projeto do Vereador, na
verdade, aumenta apenas para quinze dias a licença-paternidade e foi articulado
com a ampla maioria dos Vereadores desta Casa.
Então, venho a esta
tribuna, em nome do nosso Partido, pedir que os Vereadores mantenham a sua
posição original e deem aos homens trabalhadores municipários a ampliação de um
direito que é justo, que é necessário, que é humano, isto é, o aumento do período
em que vão acompanhar os primeiros dias, os primeiros respiros, suspiros do seu
bebê em companhia da mãe do seu filho. E quero reafirmar isto nesta tribuna,
porque temos vários... A Casa, no que se refere aos Vereadores e Vereadoras,
tem 32 homens e apenas quatro mulheres. A mulher ainda luta por ampliar o seu
espaço na política, e muitos daqui têm filhos e sempre se referem à sua família
de maneira muito emotiva. Inclusive, no dia da votação do Projeto do Ver.
Aldacir Oliboni, bem lembro que vários Vereadores ocuparam esta tribuna,
falando da sua experiência e dizendo da necessidade de aprovação do Projeto.
Então, faço este apelo aos Vereadores, no sentido de que lembrem das suas
palavras, de que lembrem dos trabalhadores municipários, de que lembrem da
humanidade e do direito que os homens e as mulheres têm de ter de estar ao lado
dos seus filhos nos primeiros dias e, também, quem sabe, nos primeiros meses do
recém-nascido. Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Encerrada a
discussão. Em votação nominal o PLCL nº 017/08. (Pausa.)
Quero lembrar que o
“não” rejeita o Projeto e aceita o Veto; o “sim” aprova o Projeto e rejeita o
Veto. (Após a apuração nominal.) REJEITADO o
Projeto por 13 votos SIM, 15 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO. Mantido o Veto.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 5269/09 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 045/09, de autoria da Mesa Diretora, que altera
o art. 4º da Resolução nº 2.141, de 26 de maio de 2009 – que cria 5 (cinco)
cargos em comissão de Assessor Técnico Especial no Quadro dos Cargos em
Comissão e Funções Gratificadas, constante do art. 20 da Lei nº 5.811, de 8 de
dezembro de 1986 – que estabelece o Sistema de Classificação de Cargos e
Funções da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências –, e
alterações posteriores, e dá outras providências –, passando para 31 de
dezembro de 2009 a data de extinção desses cargos.
Parecer Conjunto:
- da CCJ, CEFOR e CUTHAB. Relator-Geral Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do
Projeto.
Observação:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82, § 1º, III, da LOM.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PR nº 045/09.
(Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação o PR nº 045/09. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 5287/09 – PROJETO DE RESOLUÇÃO
Nº 046/09, de autoria da Mesa Diretora, que extingue 1 (um) cargo em comissão de
Segurança Parlamentar e cria 3 (três) funções gratificadas de Chefe de Grupo e 1
(uma) de Chefe da Central de Monitoramento no Quadro dos Cargos em Comissão e
Funções Gratificadas, constante do art. 20 da Lei nº 5.811, de 8 de dezembro de
1986, e alterações posteriores.
Parecer Conjunto:
- da CCJ, CEFOR e CUTHAB. Relator-Geral Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do
Projeto.
Observação:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82, § 1º, III, da LOM.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PR nº 046/09.
(Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação o PR nº 046/09. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1781/09 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 010/09, de autoria da Mesa Diretora, que
acrescenta parágrafo único ao art. 2º da Resolução nº 2.083, de 7 de novembro
de 2007, que institui o Troféu Câmara Municipal de Porto Alegre, a Comenda
Porto do Sol e o Diploma Honra ao Mérito, premiações a serem outorgadas pela
Câmara Municipal de Porto Alegre, revoga legislação pertinente à matéria e dá
outras providências, estabelecendo limites máximos de conferências dos Troféus
Câmara Municipal de Porto Alegre e das Comendas Porto do Sol por sessão
legislativa, e dá outras providências. Com Emenda nº 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Valter Nagelstein: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CEFOR. Relator
Ver. Mauro Pinheiro: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CECE. Relatora
Verª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PR nº 010/09.
(Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação o PR nº 010/09. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 4319/09 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 039/09, de autoria do Ver. Nelcir Tessaro,
que concede a Comenda Porto do Sol ao monsenhor Pedro Alfredo Hoff.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Reginaldo Pujol: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação
do Projeto;
- da CECE. Relatora Verª Sofia Cavedon: pela aprovação
do Projeto.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 5263/08 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 051/08, de
autoria do Ver. Mauro Zacher, que concede o Diploma Honra ao Mérito ao Colégio
Concórdia Porto Alegre.
Pareceres:
- da CCJ.
Relator Ver. João Carlos Nedel: pela inexistência de óbice de natureza jurídica
para a tramitação do Projeto;
-
da CECE. Relatora Verª Sofia Cavedon: pela
aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o bloco composto
pelos seguintes Projetos: PR nº 039/09 e PR nº 051/08.
(Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 5292/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 039/09, que atribui aos
detentores do cargo de provimento efetivo de Assessor para Assuntos Jurídicos
Verba de Consultoria Jurídico-Administrativa na Administração Centralizada,
Autarquias e Fundação do Município.
Parecer Conjunto:
- da CCJ, CEFOR e CUTHAB. Relator-Geral Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do
Projeto.
Observação:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82, § 1º, III, da LOM.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLE nº 039/09.
(Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) O Ver. João Antonio
Dib está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 039/09.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o Projeto
de Lei do Executivo me espanta! Eu fui alertado quanto a cumprir a Lei Orgânica
quando votei favoravelmente ao Projeto do Ver. Aldacir Oliboni, passando de dez
para quinze dias o tempo da licença-paternidade. Agora, atribuir aos detentores
do cargo de provimento efetivo de Assessor para Assuntos Jurídicos verba de consultoria jurídico-administrativa
na Administração Centralizada, Autarquias e Fundação do Município me
parece muito mais agressivo à Lei Orgânica do que dar cinco dias mais para os
pais, especialmente para os pais adotivos.
Eu pergunto: quantos Vereadores sabem o quanto
representa essa verba a ser dada aos Assessores para Assuntos Jurídicos, verba de consultoria jurídico-administrativa na
Administração Centralizada, Autarquias e Fundação do Município? Tanto quanto eu
sei, é duas vezes e meio o salário básico; tanto quanto eu estou informado pela
Lei Orgânica, art. 34, alterações do plano de carreira dos servidores se fazem
quando o conjunto dos servidores tem o plano de carreira alterado, e não apenas
para alguns, como tem ocorrido. Portanto, Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e
Srs. Vereadores, este Vereador, agora sim, acha que a Lei Orgânica deve
ser respeitada, e o Projeto deve ser negado, porque é beneficiar alguns que não
estão ganhando mal. Os médicos, por exemplo, não têm esse benefício. Saúde e
PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para encaminhar a votação do PLE nº 039/09.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidente, Ver. Sebastião Melo; demais Vereadores,
Ver. João Antonio Dib, eu vou ser sincero e respeito a sua colocação. Acho
muito preocupante que ainda haja classes profissionais ou profissionais com a
mesma graduação, trabalhando para a mesma entidade, uns com privilégio e outros
sem. É a mesma história de tratar igual os desiguais. Fizeram o mesmo concurso,
e uns estão lotados numa determinada Secretaria, e outros, noutras. Bom,
aqueles ganham, os outros não podem ganhar, e aí vem a discriminação. É nesse
sentido, só nesse sentido. Eu também acho que com os médicos há muita
injustiça, mas essa é uma delas e não dá para aceitar! Por isso vou votar
favoravelmente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Mauro Zacher está com a palavra para
encaminhar a votação do PLE nº 039/09.
O SR. MAURO
ZACHER: Sr. Presidente, vou ser bastante objetivo, pois sei que a Sessão já se
estende, hoje já tivemos um debate acalorado. Faço questão de vir aqui dizer
que a Bancada do PDT também irá votar a favor, entende o mérito do reconhecimento
do Executivo, da Cidade, em relação aos belos serviços prestados pela categoria
de vocês. Não é justo a Procuradoria receber, outros segmentos também terem
incentivos, e vocês, que diariamente estão lá atestando a legalidade dos tantos
Projetos, contratos, convênios, não. Que haja, então, o reconhecimento à
categoria de vocês. É por isso que a Bancada do PDT - falo aqui em nome do Dr.
Thiago, que também queria se pronunciar, do Ver. Luciano, do Ver Ervino - irá,
evidentemente, votar a favor, porque entendemos como importante a valorização
da categoria de vocês. Parabéns! (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
encaminhar a votação do PLE nº 039/09.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Toda a Casa quer se manifestar favoravelmente;
então, vamos logo, vamos aprovar e deixar tudo resolvido. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para
encaminhar a votação do PLE nº 039/09.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Vereador-Presidente, apenas quero registrar que a Bancada do PT votará
a favor, em respeito ao princípio da isonomia e por entender que os Assessores
Jurídicos devem ser tratados como tal, em razão da responsabilidade que eles
têm. Também quero dizer que não pouparemos esforços para que todas essas
diferenciações se transformem de fato em carreira, tornando digna a passagem
dos funcionários municipais... Nós lutaremos por carreira para todos os
funcionários, aprovando hoje um paliativo, para não se cometer mais injustiças.
(Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Waldir Canal está com a palavra para
encaminhar a votação do PLE nº 039/09.
O SR. WALDIR
CANAL: Sr. Presidente, já que todas as Bancadas estão registrando o seu
posicionamento, o PRB, através deste Vereador, Waldir Canal, vai votar
favoravelmente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Paulinho Ruben Berta está com a palavra
para encaminhar a votação do PLE nº 039/09.
O SR. PAULINHO
RUBEN BERTA: Sr. Presidente, a Bancada do PPS, em meu nome, em nome dos Vereadores
Toni Proença e Elias Vidal, entende que o Governo Fogaça deveria apontar um
novo plano de carreira, mas, enquanto isso não acontece, votaremos
favoravelmente. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para
encaminhar a votação do PLE nº 039/09.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente, a Bancada do PTB vai votar favoravelmente, porque os
funcionários públicos merecem a qualidade do voto dos trabalhistas, que é o
PTB! Mas quero fazer uma ressalva ao pronunciamento da Verª Sofia: paliativo
foi no Governo deles!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para
encaminhar a votação do PLE nº 039/09.
O SR. AIRTO
FERRONATTO: Vamos votar favoravelmente. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para
encaminhar a votação do PLE nº 039/09.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: O PSOL vai votar favoravelmente. Sr. Presidente,
eu queria registrar a justiça feita ao se equipararem os vencimentos e os
benefícios de Assessores Jurídicos aos dos Procuradores. Nós, juntos, queremos
caminhar para um plano de carreira que aumente direitos e que aumente os
salários, referentemente ao Plano de Carreira de Cargos e Salários do Município
de Porto Alegre. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Sebastião Melo): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para
encaminhar a votação do PLE nº 039/09.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Só quero registrar, Sr. Presidente, que é nosso compromisso a votação, o
encaminhamento da Lei-Geral da Advocacia. Nós compreendemos que a Advocacia é
uma carreira de Estado; nós já votamos aquela dos Procuradores, agora estamos
fazendo a das autarquias, enfim, dos Assessores Jurídicos, mas falta ainda este
compromisso, que já foi assumido pelo Prefeito Municipal, pelo Procurador João
Batista, e nós vamos cumprir esse compromisso - uma Lei-Geral de Advocacia no
Município de Porto Alegre no decorrer do ano de 2010. Era isso, Sr. Presidente.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Mario Manfro está com a palavra para
encaminhar a votação do PLE nº 039/09.
O SR. MARIO
MANFRO: Presidente, eu acredito que o nosso Prefeito Fogaça está corrigindo algo
que veio de gestões anteriores. Também quero deixar registrado que vou ficar
muito contente quando os médicos e os dentistas tiverem a mesma gratificação.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Muito obrigado.
O Ver. Dr. Raul está com a palavra para encaminhar
a votação do PLE nº 039/09.
O SR. DR.
RAUL: Presidente, só para constar também que queremos, para os médicos, uma
solução incorporada a isso tudo. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Muito obrigado.
O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para
encaminhar a votação do PLE nº 039/09.
O SR. HAROLDO
DE SOUZA: Então, também venho dizer que vamos votar o contrário, vamos votar logo.
Se todo o mundo vai votar “sim”, por que vamos ficar aqui agora... (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
encaminhar a votação do PLE nº 039/09.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Também venho me manifestar: vou votar favoravelmente, mas lamentamos que
os de faixa dois não ganhem o salário mínimo ainda na Prefeitura. Tem que ser
dito isso também. Por que para alguns tudo e para outros nada?
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação as Emendas nos 01 e 02 ao PLE
nº 039/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS,
com o voto contrário do Ver. João Antonio Dib.
Em votação nominal,
solicitada pelo Ver. João Antonio Dib, o PLE nº 039/09. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) APROVADO por 27
votos SIM e 01 voto NÃO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 3726/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 174/09, de autoria do
Ver. Tarciso Flecha Negra, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito
de Porto Alegre ao senhor Airton Ferreira da Silva.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Valter Nagelstein: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela
aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável de dois
terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2º, V, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 174/09. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação nominal o PLL nº 174/09. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) APROVADO por 27 votos SIM.
Quero agradecer a todos os Vereadores. Amanhã, às
12h30min, estaremos saindo para uma visita ao Cais do Porto, que se prolongará
aproximadamente até as 14 horas; às 15h30min teremos uma Sessão Extraordinária
para dar continuidade aos Projetos que não foram enfrentados, especialmente o
Orçamento. Muito obrigado. Estão encerrados os trabalhos da Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h58min.)
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